Decisões de terceiro lugar são habitualmente marcadas pelo desânimo de quem acaba de cair na semifinal. Mas o Uruguai x Itália de hoje tem um motivo extra para a baixa rotação: o horário. Quando a bola rolar na Fonte Nova, em Salvador, às 13 horas, os termômetros estarão apontando 29°C, em um dos jogos mais quentes sob o aspecto meteorológico da competição.
Será a primeira partida da Copa das Confederações nessa faixa de horário. Na Copa do Mundo serão 24 jogos (37% do total), um cenário que desde já preocupa os treinadores. Na Azzurra, Cesare Prandelli considera a possibilidade de poupar jogadores após a extenuante semifinal com a Espanha. Ele também pede uma mudança no formato do torneio, uma disputa de cinco partidas em duas semanas.
"Talvez seja até arriscado jogar com um intervalo tão curto de tempo. Ainda mais com um calor como esse", diz.
O Uruguai teve um dia a mais para descansar e tem um bônus financeiro à sua espera. Terminar em terceiro lugar elevará de US$ 1,6 milhão para US$ 2,4 milhões a receita da Associação Uruguaia de Futebol com o torneio.
A cabeça dos jogadores e da comissão técnica, contudo, aponta em outra direção. Óscar Tabárez deve dar chance a quem atuou pouco tempo, em um teste para a retomada das Eliminatórias, em setembro. No dia seguinte à eliminação para o Brasil, os jogadores fizeram um animado churrasco no hotel, em claro ritmo de fim de temporada que deve ser estendido ao jogo de hoje.
A Copa das Confederações tem o seu mais trágico episódio ligado à temperatura elevada. Na edição de 2003, o camaronês Marc-Vivien Foé sofreu morte súbita durante jogo com a Colômbia. A autópsia indicou como causa um problema cardíaco congênito, que, segundo especialistas, tem efeitos potencializados pelo calor fazia 36°C no momento da partida, em Lyon, na França.
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