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Treino no Projeto Agatha, na região do Aeroparque, em Paranaguá: ajuda no contraturno escolar. | Débora Mariotto Alves/Gazeta do Povo
Treino no Projeto Agatha, na região do Aeroparque, em Paranaguá: ajuda no contraturno escolar.| Foto: Débora Mariotto Alves/Gazeta do Povo

A atleta Agatha Bednarczuk, campeã mundial de vôlei de praia em 2015 e garantida nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, não esquece Paranaguá – cidade natal da atleta, 32 anos.

Movida pela relação de gratidão com o município, ela decidiu oferecer a crianças, adolescentes e jovens da região no litoral a oportunidade de praticar esportes com acompanhamento profissional e gratuitamente.

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“Eu tinha vontade de ajudar de alguma forma, ser cidadã mesmo, dar o meu retorno por tudo o que eu já tinha recebido. Pela minha rotina de treinamento, que é muito pesada, não tinha como eu ir pessoalmente, então eu achei que seria melhor fazer um projeto: uma escolinha de vôlei de praia”, conta Agatha.

A ação começou a se tornar realidade em 2008 e foi batizada com o nome da jogadora.

O Projeto Agatha atende, atualmente, 310 crianças e adolescentes com idades entre 7 e 17 anos, em um espaço cedido pela Fundação Municipal de Esportes (Fundesportes) . Além do vôlei de praia, os alunos praticam beach soccer.

“O intuito não é formar apenas atletas, é, principalmente, tirar as crianças das ruas. Quando não tem aula, alguns passam o dia inteiro aqui”, conta o coordenador Ricardo Santana.

Além da prática esportiva, os alunos passam por palestras e oficinas educativas sobre vários temas, entre eles, nutrição, conselho tutelar e conversas com dentistas e policiais militares.

Entre os que foram retirados das ruas está Gustavo Pereira, 13 anos, que não sente saudades da rotina antes do projeto. “Eu não fazia nada. Entrei para jogar e não saí mais. Já ganhei até um campeonato aqui”, conta.

As responsabilidades do projeto são divididas entre a jogadora e o marido, Renan Rippel. “Quando a gente tinha dois anos de projeto ele entrou de cabeça nesse sonho e hoje ele toca, muito mais do que eu, porque a minha rotina de treinamento não me permite estar tão presente”, revela a atleta.

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O custeio do projeto é feito majoritariamente pela Lei Municipal de Incentivo ao Esporte Amador, da Fundesportes de Paranaguá.

O professor e os dois monitores também são funcionários do Município que foram designados para realizar o trabalho.

Por isso, os treinamentos também são oferecidos, em períodos alternativos, para o público adulto. “Tem treino funcional e vôlei também, mas é voltado para o lazer e não para a formação, como é com as crianças”, conta o coordenador do Projeto Agatha, Ricardo Santana. As duas modalidades oferecidas aos adultos somam 180 alunos.

“O projeto fez e faz a diferença na vida deles, eles criaram um grupo de amizade, convivem em um ambiente saudável. Lógico que se nascer uma ‘Aghatinha’ que jogue vôlei de praia eu vou ficar muito feliz. Mas, se não nascer um atleta, eu sei que a gente está criando cidadãos do bem”, afirma a campeã.

“O natural do esporte é a socialização. Eles chegam tímidos, começam a se entrosar, tem oportunidades diferentes na vida, convivem com um público heterogêneo, com todas as classes sociais e promove a saúde”, lembra o professor Sérgio Cagnon.

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