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 | Arte sobre foto de Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
| Foto: Arte sobre foto de Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
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Cury diz que age conforme a lei

O presidente da FPF, Hélio Cury, reiterou ontem que as negociações sobre o futuro do Pinheirão voltaram à "estaca zero" e que ele próprio vai encabeçar o processo.

O dirigente também rebateu eventuais impeditivos sobre a negociação do imóvel. Ele não considera que a Lei Municipal nº 3583/69 comprometa a venda sobre a área.

"Na nossa avaliação, não há nenhuma restrição às matrículas dos imóveis, que são da Federação. Pode ser vendido. É uma lei de 40 anos atrás, muita coisa está ultrapassada", afirmou.

"Também não há dúvida de que, independentemente de não haver leilão, o dinheiro terá de pagar as dívidas", ressaltou. "Es­­tou ga­­nhando tempo. É um risco que corro. Vamos negociar o que é melhor para o futebol paranaense", disse, sem temer que os in­­­vestidores desistam da área.

Colaborou Cícero Bittencourt.

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Política

Vereador vai ao Ministério Público

O vereador Luiz Felipe Braga Cortes (PSDB) vai entrar hoje com um inquérito civil público solicitando ao Ministério Público estadual (MP-PR) esclarecimentos sobre a intenção de Hélio Cury na alienação do estádio Pinheirão. A base do questionamento seria a Lei Municipal 3.583/69, que trata sobre a doação do imóvel à FPF.

"O que faz a gente tomar essa atitude é o posicionamento da Federação. Tivemos conhecimento através de uma matéria publicada na Gazeta, da intenção da venda. Queremos que o MP, como fiscal da lei, esclareça isso", comentou.

"Há várias interpretações. Queremos saber se pode ser leilão ou venda. Se for leilão, o dinheiro vai para o poder público para quitar todas as dívidas que a Federação tem. Com a venda a gente quer saber da parte do MP do município como fica esse contrato", questionou Cortes. Ele ressalta que uma negociação como essa teria de passar pela aprovação da Câmara de Vereadores. Um pedido de esclarecimento também será encaminhado hoje à casa legislativa municipal. "Melhor antecipar a questão antes de uma decisão final".

Doadora de parte do terreno de 120 mil m², a prefeitura de Curitiba, na única manifestação que fez sobre o assunto, no início de setembro, disse na oportunidade que "a decisão cabe à Federação Paranaense de Futebol". (ALM e AP)

O grupo interessado no terreno do Pinheirão para construir um novo estádio no local agora es­­tuda uma via paralela para concretizar o ambicioso projeto.

A mudança de rumo não descarta uma eventual troca de endereço, com a aquisição de outro imóvel na cidade – tudo avalizado pelo Coritiba, o parceiro do empreendimento.

Conforme a Gazeta do Povo apurou ontem, o motivo para essa reviravolta chama-se Hélio Cury. O presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF) estaria endurecendo as tratativas – fato que desagrada aos investidores ligados ao Coxa.

Prestes a completar um ano, as negociações sobre o destino do abandonado estádio do Tarumã, que começaram em novembro de 2010, emperraram na semana passada, graças à mudança de comportamento do dirigente.

À Gazeta, por exemplo, Cury chegou a dizer: "Agora os coadjuvantes estão fora da conversa".

Por causa dessa declaração, o principal interessado percebeu a intenção da FPF de vender a área no mercado. Há, entretanto, uma discussão sobre a forma de comercialização do patrimônio. A lei de doação do imóvel (3583/69) impede a alienação (leia-se transferência a outro proprietário), a não ser em leilão ou desapropriação (veja mais nesta página).

A ruptura no andamento do negócio ficou escancarada após Cury descartar a oferta do investidor de adiantamento de recursos. A ideia era ajudá-lo na quitação de parte dos débitos da FPF com o INSS, impedindo que o Pinheirão fosse vendido publicamente na última quinta-feira.

Posteriormente, após o dirigente bancar sozinho a quitação, o parceiro alviverde se pron­­tificou a ressarci-lo. Mais uma vez, frustrou-se com a posição do mandatário da FPF.

Cury conseguiu parte do dinheiro através do empréstimo de duas federações estaduais de futebol. Francisco Noveletto Neto, presidente da Gaúcha, confirmou ontem à reportagem o repasse de R$ 500 mil à "coirmã" paranaense. O outro em­­préstimo teria vindo da federação carioca.

No total, a FPF teria angariado R$ 1 milhão, assegurando assim uma garantia para negociar um débito de R$ 2,8 milhões com a seguridade social.

Hélio Cury não confirmou a procedência do dinheiro. "Fui buscar onde sabia que tinha condições de nos dar algum apoio", respondeu. "É dinheiro limpo", reforçou ele.

Sem desistir do Pinheirão, tido mesmo com todo o imbróglio como local ideal, os interessados se apegam agora na tese que o patrimônio – conforme rege a legislação municipal – só pode ser comprado via leilão judicial ou através de conversas com a prefeitura de Curitiba. O acerto com o município já foi iniciados para uma possível Parceria Público-Privada (PPP).

Mas, paralelo ao sonho de edificar a arena coritibana no Tarumã, a nova praça esportiva também pode ser erguida em outro lugar.

A construtora baiana OAS segue ao lado do grupo investidor. No início do próximo mês, ambas têm marcada nova reunião para tentar deslanchar o projeto. Sem a Federação. Cada um por si.

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