• Carregando...
Os candidatos ao título da temporada 2010 da Stock Car concedem entre­­vista no Autódromo Inter­­nacional de Curitiba, em Pinhais: da es­­querda para a direita, Max Wilson (líder, com 267 pon­­tos), Cacá Bueno (vice, com 261), Al­­lam Khodair (252) e Ricardo Maurício (251) | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Os candidatos ao título da temporada 2010 da Stock Car concedem entre­­vista no Autódromo Inter­­nacional de Curitiba, em Pinhais: da es­­querda para a direita, Max Wilson (líder, com 267 pon­­tos), Cacá Bueno (vice, com 261), Al­­lam Khodair (252) e Ricardo Maurício (251)| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Regulamento

Descarte de pontos não é unanimidade entre os líderes

A decisão da temporada da Stock Car em Curitiba não ficará restrita ao que vai ocorrer na pista. Isso porque o regulamento não premiará necessariamente quem somou mais pontos durante o ano. O sistema de descartes prevê que os dois piores resultados de cada piloto nas primeiras oito provas sejam descartados, assim como um nas últimas quatro corridas.

"No meu caso, teria 14 pontos na frente do Cacá e hoje estou 13 atrás. O campeonato tem de ser decidido a cada classificação e a cada corrida. Os pontos corridos que demonstram quem foi o melhor", disse Ricardo Maurício, que chega à última prova na quarta colocação.

O vice-líder Cacá Bueno é contra o sistema, pois não é garantia de que haverá mais pilotos com chances de título na etapa final. "Em 2007 e 2009 fui campeão na penúltima prova. E se não houvesse descartes neste ano, teríamos quatro pilotos lutando pelo título da mesma forma."

Já Allam Khodair se mostra a favor do regulamento. "Começamos o ano já sabendo que o vencedor não será necessariamente o mais regular, mas sim quem seguir melhor as regras", resume o piloto, que chega em terceiro na decisão do título.

Gustavo Ribeiro, especial para a Gazeta do Povo

Assim como na Fórmula 1, a Stock Car será decidida na última corrida, quatro pilotos têm chances de ficar com o título e a discussão sobre o jogo de equipe chega à etapa final, neste fim de semana, em Curitiba. Mas as comparações param por aí, garantem os pilotos da principal competição do automobilismo brasileiro.

As atividades da prova decisiva começam hoje, quando os carros vão para a pista nos treinos livres. No domingo, a partir das 11h05 da manhã, eles aceleram em busca do troféu. No que depender dos candidatos ao título Cacá Bueno (Red Bull Racing/Peugeot), Allam Khodair (Blau Full Time/Peugeot), Max Wilson e Ricardo Maurício (ambos da Eurofarma RC/Chevrolet) não haverá a polêmica que acompanhou a F1 na última temporada.

Sebastian Vettel foi campeão da principal categoria do automobilismo mundial tendo de aguentar as constantes reclamações de seu companheiro de equipe, o alemão Mark Webber, que, quando liderava o campeonato, cobrava da Red Bull o apoio para ser campeão. Jogo de equipe que a Ferrari não teve pudor em fazer para beneficiar Fernando Alonso no GP da Alemanha. O brasileiro Felipe Massa deixou o companheiro passar e somar pontos importantes na briga pelo título.

"Depois dos escândalos da Fórmula 1 neste ano é pouco coerente que alguém queira fazer algo fora da ética. O que se pode buscar é a ajuda do companheiro de equipe dentro do treino [classificatório], mas não para forçar ultrapassagens", afirma o Allam Khodair, terceiro colocado (252 pontos).

Cacá Bueno, vice-líder (261 pontos, seis atrás do líder, Max Wilson), lembra da conquista do seu primeiro título, em 2006, como exemplo de como cada piloto pensará no seu próprio desempenho. "Eram seis pilotos com chances matemáticas ao título na última etapa. O [An­­tônio Jorge] Neto [companheiro na RC Competições] estava lá na frente. E eu, lá atrás. Precisava chegar em 10.º lugar. Só nas últimas voltas ganhei o campeonato, na 8.ª posição", lembra.

Ricardo Maurício, quarto colocado (251 pontos) não vai contar com o companheiro de equipe, Max Wilson (267 pontos), que só depende de si para ser o campeão. "O trabalho em equipe é feito o ano todo. Em nenhum momento pensamos em jogo de equipe", diz Wilson. Maurício segue a mesma linha "Como nós dois estamos disputando o título, cada um vai trabalhar pelo seu resultado", afirma.

Khodair lembra que tentativas de jogos em sua equipe foram cogitadas e descartadas. "No início do ano, houve o pedido de que fôssemos mais colaborativos, mas o patrocinador pediu que prevalecesse a competição entre eu e o Marquinhos [Marcos Gomes]."

Tanto para Max Wilson como para Cacá Bueno a vitória em Curitiba é o suficiente para chegar o título. Ricardo Maurício precisa, além de vencer, que os outros candidatos ao título cruzem a linha de chegada abaixo do 3.º lugar, e Khodair tem de chegar em 1.º e rezar para que seus concorrentes não ultrapassem o 5.º lugar.

Os candidatos

Max Wilson, piloto da Eurofarma RC, líder com 267 pontos:

Você chegou à prova final na liderança. O que fazer para manter a posição e sair como campeão?

Temos de continuar fazendo o que estamos fazendo desde a primeira etapa do ano, buscando eficiência e o melhor acerto do carro. Estamos competitivos desde a primeira etapa e o segredo é seguir assim para ser campeão.

Qual a estratégia da equipe para esta corrida e com dois pilotos com chances?

O objetivo é sempre chegar na frente. Nessa etapa em particular tem a definição do campeonato e estaremos correndo para o título. Importante é andar na frente, pois assim não dependeremos dos outros. O Ricardo tem chances também, então é difícil falar sobre alguma estratégia.

Depende mesmo de como as coisas vão se colocar durante a corrida.

Você gostou da escolha do circuito misto em vez do anel externo?

Fiquei contente. Prefiro essa configuração por dois motivos. O primeiro é porque o circuito me agrada, tem curvas legais e que não seriam utilizadas no externo.

E segundo porque, na Superfinal, é mais interessante que seja em um percurso misto. O circuito em Curitiba é bem rápido, com curvas de alta e boas retas, o que dá possibilidades de ultrapassagens.

E independentemente do percurso, o público aqui está sempre presente, não só da cidade como da região toda.

E a possibilidade de chuva muda alguma coisa?

Para nós não muda muito não. Na chuva ou no seco, o nosso trabalho tem de ser o mesmo.

Os objetivos continuam os mesmos e não pode mudar com pista molhada. Só o público que pode não comparecer, o que é ruim para a final.

Allam Khodair, piloto da Blau Full Time, terceiro colocado, com 252 pontos:

O quanto significa para sua carreira chegar á última corrida com chances de ser campeão?

Acho que estou na categoria mais significativa da minha carreira e com certeza é o meu melhor momento como piloto, com chances de disputar o título. É um fim de semana especial. Tomara que o desfecho seja positivo. De qualquer maneira, a campanha foi muito boa e chegar disputando o título já é positivo, mas com certeza eu quero mais.

O que muda na corrida o fato de ter quatro pilotos com possibilidade de título?

Na verdade dificulta porque você está disputando com três outros pilotos muito competentes. Todos nós precisamos muito dos nossos resultados. Logicamente estarei em contato com a equipe durante a prova, mas se não estiver na frente deles, não adianta nada.

O negócio é fazer uma ótima classificação, largar na frente e buscar a vitória.

O que você achou da decisão da organização de escolher o circuito misto em vez do anel externo, como previsto anteriormente?

Ter uma pista mista na decisão foi acertada.

Temos cerca de 20 pilotos com chances de vencer e muitos não tiveram o motor vistoriado, pois não estão entre os cinco primeiros. Se fosse o anel externo, eles poderiam chegar e atrapalhar. Com duas retas enormes, o motor faz muita diferença.

A previsão do tempo para domingo é de chuva. O que isso pode interferir na corrida?

Tanto para um como para outro não faz muita diferença. Mas aumenta o risco. Alguns pilotos que não disputam o título e são bons de chuva acabam entrando na briga e podem mudar os resultados.

Mas os quatro que brigam pelo campeonato também já demonstraram valor na chuva e com certeza estarão brigando pela ponta.

* Leia amanhã as entrevistas com Cacá Bueno e Ricardo Maurício

* * * * *

Serviço:

Programação:

Hoje – treinos livres das 11h50 às 13h25 e das 16h10 às 17h45.

Amanh㠖 treinos livres das 8h05 às 9h40. Treino classificatório das 13h05 às 14h05.

Domingo – Largada às 11 horas. Nos três dias, também serão realizadas a Copa Montana e o Mini Challenge.

Confira a programação completa no site www.stockcar.com.br.

Ingressos: R$ 30 (arqui­­bancada), R$ 60 (arquibancada e visitação), R$ 200 (acesso ao paddock). Vendas na bilheteria do autódromo (hoje e amanhã das 9h às 16h; no domingo, a partir das 6 h), nos pontos de venda da Bosch, Good Year e Esso, e nos pontos de venda Ticket For Fun (41) 4003-5588.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]