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Antônio Leal tem 65 anos. Quase vinte deles dedicados ao Capão Raso. Por isso, hoje às 15 horas, quando Capão e Combate Barreirinha entrarem em campo, no Estádio José Carlos Oliveira Sobrinho, o coração do "faz-tudo" do Tricolor de Aço vai bater mais forte. Emoção que o time da zona sul espera que se multiplique para derrubar o rival.

Principalmente, porque o Combate vai defender a vantagem do empate, após ter vencido o primeiro jogo por 2 a 0. Menos mal para o "seu" Antônio que não há critério de saldo de gols. Por isso, o time do técnico Ivo Petry, que tenta o bicampeonato por times diferentes (esteve no Trieste ano passado), não deve se expor tanto no gramado.

Gramado que foi cuidado com carinho por Antônio. "Tô riscando o campo", disse, prosseguindo: "Eu cuido de tudo pra eles". Ele espera reviver as emoções de 2005, quando contra o mesmo Combate, o Capão foi campeão. Bem, nem todas as emoções. "Eu não pude sair nas fotografias de 2005, porque assaltaram nosso vestiário". Ele também quer evitar outra preocupação: os pênaltis. "Na última o Paulão pegou o pênalti do Hideo. Mas é duro demais. Tem que ficar tomando água com açúcar, você fica se remordendo!!", fala, antecipando o nervosismo. Para soltar em seguida um palpite: "Dois a zero no tempo normal e 1 a 0 na prorrogação".

Antônio chegou ao Capão em 1988. "Eu era marceneiro. Daí o presidente Luiz Carlos me trouxe pra cá", relembra. "Sou doente pelo Capão, apaixonado. O Capão Raso é tudo pra mim." A maior alegria aconteceu em 2002. O Capão foi o quarto colocado da Copa Sesquicentenário, que misturou em todo o Estado amadores e profissionais. O time foi eliminado nas semifinais pelo Atlético, que acabaria campeão. Pena para Antônio, que não deu para tirar uma casquinha do rival da outra paixão futebolística dele. "Sou paranista", contou convicto.

Tanta convicção o faria balançar se aquele jogo fosse com o Paraná? "Ah!, eu fazia coluna do meio. Não tem diferença pra mim", afirma. Os Tricolores dividem o coração e o ouvido de Antônio. "Quando estou no jogo com o Capão, fico acompanhando no radinho."

Quem fala com ele não imagina que na hora do jogo, a fisionomia mude tanto. "Dá ‘nervo’ na gente, quase perco a esportiva." Entre tantos jogadores que viu atuar no Capão, um dos maiores ídolos é justamente a principal arma do Combate para derrubar o sonho do título. "Meu ídolo é o Nika", afirma. Mas isso ficará para trás com o apito do juiz. "Nossa amizade é a mesma. A gente se abraça, ri... mas na hora do jogo vou xingar", diz, rindo. Se pudesse, ele escolhia Nika para trocar de camisa. Mas para não ficar mal com Pequi e Laurinho, os avantes do Capão, Antônio logo fala: "A nossa linha também é 100%!".

Tanta paixão e dedicação por um time amador merecia uma foto, mas Antônio tinha prioridades maiores. "Hoje não dá. Estou trabalhando pelo Capão." Tá bom, "seu" Antônio. A gente entende.

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