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Prezado Torcedor Coxa Branca,

"Nem sempre uma mulher bonita se torna uma linda esposa".

Seria muito fácil se tudo funcionasse assim, pois bastaria ao treinador colocar os melhores jogadores tecnicamente dentro de campo e tudo estaria resolvido. Mas muito mais do que técnica e beleza de movimentos, nos dribles, passes e finalizações, existem outros ingredientes fundamentais na formação de uma equipe ganhadora.

Química

- Assim como no casamento, onde as qualidades de um complementam as deficiências do outro e vice -versa, na montagem de uma equipe também é assim. Já pensou quatro artistas com a bola num meio de campo? Seria lindo, mas e quando não tivéssemos a bola? É preciso que tenhamos o balanço entre todos. Bom seria o jogador completo, aquele que fosse artista com a bola e um marcador sem ela. Quantos são esses tipos de jogadores no mundo?Descobrir essa química não é fácil, ajustá-la - muito difícil, mantê-la, um trabalho muito árduo, também.

Leitura de jogo

- Um bom time tem sempre dois ou três jogadores que lêem o jogo com muita precisão, sabem o momento de segurar ou acelerar o ritmo do jogo, dando equilíbrio ofensivo e defensivo à equipe. Quantos Veigas, Anderson Lima temos no futebol?

Comprometimento total

- Um time não vive só de fazer gols ou de evitá-los. É preciso que o jogador com a bola seja um atacante, sem a bola um defensor. Quando isso não acontece, temos jogadores de marcação que não ajudam na parte de criação e ofensiva, e jogadores da parte ofensiva que não ajudam na parte defensiva.Essa transição quanto mais rápida é determinante no equilíbrio e eficiência da equipe. Nossos jovens atletas não são treinados para isso, trabalham em compartimentos estanques; sendo atacantes, só trabalham com a bola e não tem responsabilidade defensiva. Da mesma forma os defensores não têm responsabilidade quando temos a bola. Trocar esse chip na categoria profissional não é tarefa fácil, mas temos que fazê-lo.

Raça e amor pelo clube

- Nosso futebol está cada vez mais profissionalizado e os jogadores saindo cada vez mais cedo para o exterior ou trocando de clube. Os laços afetivos não são eficientemente trabalhados e desenvolvidos nos jogadores. Não é anormal vermos jogadores sem nenhum sinal de aborrecimento após uma derrota de seu time. No fundo ele já tem a garantia, por quem cuida da carreira dele, de uma transferência no final do contrato ou o que seja. Desenvolver esse amor e respeito pelo seu clube atual não é tarefa muito fácil.

Manutenção de motivação de um número elevado de jogadores dentro do elenco

- O campeonato é longo e difícil. Nele o número de cartões, contusões, queda técnica e problemas particulares que todos nós enfrentamos em nossas vidas são agravantes nesse trabalho de mantê-los sempre no topo. Some-se a isso tudo o fato da grandeza do Coritiba e a obrigatoriedade de fazer resultados, mais do que normalmente.

A Torcida grande ganha jogo

- Discordo desse argumento, pois se fosse verdade o Santa Cruz estaria liderando o campeonato. Já trabalhei lá e sei que se o time não marca até os quinze minutos do primeiro tempo, acabou o apoio e vem a pressão imensa.

O time ou o jogador melhora porque ele foi criticado e se mancou

- Discordo totalmente, embora não seja contrário às críticas. O que houve no jogo do Santo André com o Túlio, transcende a crítica, aquilo é agressão ao ser humano.

Conclusão

- O que está acontecendo com o Coritiba é uma convergência de todos estes fatos que enumerei acima. Os jogadores passaram a entender o sofrimento da torcida, entenderam o que poderiam fazer por eles próprios (jogadores), mas também o que poderiam fazer pelos outros (torcedores e diretoria); e isto é o maior barato em qualquer profissão, quando o fazer bem para outros - se torna o bem para mim, também. Acho que a torcida passou a entender que ao desejar, jogar e respeitar os jogadores seria bom para eles e para a torcida também. A diretoria entendeu que os jogadores não são só um número num contrato ou na carteira de trabalho, mas profissionais e seres humanos que precisam de respeito e carinho. Essa sinergia é que faz do Couto, não pelo número de torcedores, mas pela qualidade do comportamento e entusiasmo da torcida, um caldeirão para o adversário; LAR doce LAR para os jogadores e comissão técnica.

Já corremos 20000 metros de uma maratona, mas não acabou, ela só acabará quando cruzarmos a faixa e para isso faltam sete jogos e temos que nos concentrarmos em cada um deles.

Por um Coritiba cada vez maior e mais unido.

René Simões

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