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A vitória do Catar foi festejada como uma conquista do mundo árabe: na festa, várias bandeiras de outros países, como da Arábia Saudita, do Líbano e do Egito | Fadi Al-Assaad/ Reuters
A vitória do Catar foi festejada como uma conquista do mundo árabe: na festa, várias bandeiras de outros países, como da Arábia Saudita, do Líbano e do Egito| Foto: Fadi Al-Assaad/ Reuters

Atenção, mulheres

O governo do Catar avisa: as mulheres brasileiras, mexicanas, espanholas e até paraguaias, que tradicionalmente fazem parte das cenas das arquibancadas nas Copas do Mundo, terão de entrar nos estádios com "roupas decentes". Os porta-vozes do Catar garantem que as mulheres não terão de usar véu para ir aos estádios e nem haverá locais separados para elas, como em alguns países árabes. "Mas não poderão ir só de sutiã. Terão de respeitar uma certa decência", avisou.

Zurique - Com uma população de apenas 800 mil habitantes, mas com a maior reserva de gás do planeta e com o maior orçamento das Copas, o Catar entrará para a história como o menor país a receber um Mundial. Ontem, prometeu: não repetirá os erros do Brasil em 2014.

"Temos doze anos, mas não vamos cometer o erro de deixar a coisa para mais tarde e vamos começar a trabalhar amanhã [hoje] mesmo", disse o xeque Hamad Al Thani, herdeiro do trono do país e que também é presidente da federação de futebol do Catar.

O país, que é uma ditadura, ganhou sua independência dos ingleses apenas em 1971. Desde então, é governado pela família Al Thani, com uma fortuna calculada em US$ 2,5 bilhões, a quarta maior do planeta. De uma vila pobre de pescadores, se transformou num centro internacional, graças ao gás.

Ontem, o país que tem um dos maiores PIBs per capta do planeta, prometeu à Fifa duas coisas. A primeira é que o governo não mudará até lá, diante da falta de democracia. Para o Catar, o anúncio ainda teve um peso político im­­portante, já que mandou uma mensagem de que o Oriente Mé­­dio deve ter seu lugar garantido no cenário internacional, apesar das guerras frequentes e da percepção negativa que o mundo muçulmano ganhou na Europa e Estados Unidos nos últimos anos. "Essa foi a decisão política mais importante em anos para o Oriente Médio", disse o xeque. Não por acaso, no Oriente Médio a festa foi total com o anúncio.

O fato de a população do Catar ser inferior à da cidade de Teresina também parece não preocupar a Fifa. O Catar está a quatro horas de várias capitais europeias, de uma elite indiana cada vez mais rica e a meio passo da China. Mas acima de tudo a programação será ideal para as tevês, com jogos em horários nobres tanto nas Américas como Ásia.

A segunda promessa, e mais importante, é que colocará no evento US$ 50 bilhões, o maior valor já gasto na história para uma Copa. E com vistas a não ser mais uma dor de cabeça para a Fifa, como foi a África do Sul e como está sendo o Brasil, ainda sem um plano e nem um calendário de jogos.

Os árabes construirão doze estádios que ficarão basicamente numa mesma cidade, Doha. Torcedores poderão ir a cada um deles em um metrô e, na prática, poderão assistir a dois jogos por dia se encontrarem ingressos. Uma das preocupações era a de ter a Copa no pleno verão no deserto, com temperaturas de mais de 40°C. Mas o Catar promete estádios com ar-condicionado que reduziriam a temperatura a 27°C.

Veja no blog Arquibancada Virtual os vídeos dos dois vencedores

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