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A crise parece não ter mais fim. A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) anunciou nesta quinta-feira mais um caso de doping no atletismo brasileiro - já é o 13º confirmado oficialmente neste ano, além de outros ainda suspeitos. Dessa vez, o atleta flagrado foi o fundista Daniel Lopes Ferreira, de 41 anos, que teve resultado positivo durante exame realizado em prova em Bauru, no interior de São Paulo, no dia 9 de agosto.

Daniel abriu mão da confidencialidade em caso de suspeita de uso de substância proibida, o que permitiu que a CBAt confirmasse o resultado positivo do exame - apontou a presença de mefemtermina e femtermina. Segundo ele, o problema foi falta de informação, por ter ingerido um suplemento indicado por outro atleta. "Foi um doping involuntário. Não tem nada de esquema de doping", defendeu-se o fundista.

O suplemento, que continha as substâncias mefemtermina e femtermina, teria sido indicado por José Magno, companheiro de treinos de Daniel em Taubaté, no interior de São Paulo. "Ele não indicou por má-fé, pois tomava o suplemento também. Só que ele teve a sorte de não ser pego", contou o fundista, que já chamou o colega para cobrar explicações. "O Magno me disse que estava surpreso, pois havia indicado para outros atletas também."

Para o técnico Lauter Nogueira, erros como esse são comuns. Ele revela que há suspeitas de casos de doping em outras regiões do País. "Em qualquer lugar onde há um grupo de atletas, sempre aparece alguém que vem de fora (do exterior) oferecendo alguma coisa para melhorar desempenho e muitas vezes garantindo que não pega (no exame antidoping)", explicou. "Às vezes é tudo o que o cara quer ouvir."

Lauter Nogueira disse que já era sabido entre os atletas que havia uma pessoa oferecendo suplementos na região de Taubaté e, até por isso, Daniel Lopes Ferreira foi escolhido para fazer o exame antidoping no evento onde foi flagrado. "Também ouvimos histórias de que estão acontecendo coisas semelhantes no norte do Paraná, em uma cidade próxima de Belo Horizonte, no Nordeste, inclusive casos de gente que desvia EPO (eritropoietina) de hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde) para fornecer a atletas. Não há como provar, mas são casos que chegam aos nossos ouvidos", contou.

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