Rio - A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) rebateu ontem as críticas feitas no dia anterior pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, ao atraso na preparação do Brasil para receber a Copa do Mundo de 2014 e ao papel da entidade na organização do torneio.
Na própria segunda-feira, a CBF já havia divulgado nota oficial em que apontava contradições no discurso de Blatter, ao lembrar que no começo do mês ele havia elogiado a preparação do Brasil para a Copa. Nesta terça, porém, a entidade brasileira endureceu a resposta.
Desta vez, o comunicado da CBF, assinado pelo presidente Ricardo Teixeira, rebate os argumentos de Blatter. A recente polêmica pode ter relação com a eleição para a presidência da Fifa, já que Blatter tentará mais um mandato e Ricardo Teixeira apoia a candidatura de Mohamed Bin Hamman, presidente da Confederação Asiática de Futebol.
Na resposta divulgada, o presidente da CBF nega que conflitos políticos no Brasil estejam afetando a preparação do país para a Copa do Mundo de 2014, como foi argumentado pelo mandatário da Fifa Blatter ainda disse que o Brasil está mais atrasado do que a África do Sul no mesmo período que antecedia a Copa de 2010.
"Desconheço que haja qualquer confronto entre prefeitos e governadores, em qualquer uma das 12 sedes da Copa do Mundo de 2014. Ao contrário, a Fifa testemunha há anos um trabalho integrado do poder público com o Comitê Organizador Local (COL) e a própria Fifa", assinou Teixeira.
O presidente da CBF, que também ocupa a presidência do COL, ainda negou o risco de o Maracanã não ter suas obras concluídas antes da Copa das Confederações de 2013. A previsão do governo do Rio é de que o estádio esteja pronto em dezembro de 2012, seis meses antes do torneio.
"Ratifico também que, em nenhum momento foi anunciado que o Maracanã não seria entregue dentro do prazo. Numa recente reunião com o vice-governador do estado do Rio de Janeiro, tivemos a garantia de que as obras, que nunca foram interrompidas, seguirão no prazo", avisou.
No mesmo documento, Teixeira rejeitou a possibilidade de atraso na construção do novo estádio do Corinthians, em São Paulo, que ainda não teve suas obras iniciadas. "Com relação ao estádio de São Paulo para a Copa do Mundo, apesar de a obra ainda não ter sido iniciada, temos trabalhado de forma intensa e integrada com o Comitê Paulista e todos os segmentos envolvidos no projeto para equacionar as últimas questões técnicas. Temos a garantia por parte dos envolvidos de que o estádio também será entregue no prazo", explicou.
Ricardo Teixeira ainda se negou a pressionar os governos para que as obras sejam aceleradas, como sugeriu Blatter. "Não é papel da CBF pressionar governantes, ainda mais quando não há nenhum motivo para tal. Temos contado com a participação, colaboração e interesse total dos nossos parceiros no governo e trabalhamos de forma colaborativa e integrada com todas as esferas, tendo à frente a presidente Dilma Rousseff", finalizou o comunicado da CBF.
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