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Chupita ganhou chance na seleção de vôlei que conquistou o ouro em Guadalajara | Reuters
Chupita ganhou chance na seleção de vôlei que conquistou o ouro em Guadalajara| Foto: Reuters

Luiz Felipe Fonteles é mais conhecido por Chupita, seu apelido de infância. Nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, tinha o nome Lipe grafado na sua camisa da seleção brasileira de vôlei. Aos 27 anos, o ponteiro de Curitiba é um dos integrantes da chamada seleção de novos, o eufemismo da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) para o time B.

Se as várias alcunhas poderiam confundir o torcedor, a força das cortadas e saques faz o jogador marcar presença em quadra, juntamente com a vibração a cada ponto marcado e a fúria a cada um que perde.

Em sua primeira competição pelo grupo principal, mostrou que só não está entre os comandados por Bernardinho porque a concorrência na função é acirrada: tem no páreo Giba e Murilo.

Depois de uma partida irregular na semifinal contra a Argentina, foi fundamental na decisão contra Cuba, especialmente no primeiro set, com os pontos marcados no saque, desestruturando os caribenhos no início do jogo, preparando caminho para o segundo ouro em Pan consecutivo do vôlei masculino brasileiro.

Após sua primeira conquista com em uma competição do time principal, o ponteiro que disputará a Superliga masculina ao lado do paranaense Marlon, pelo time carioca RJX, falou sobre o título com a Gazeta do Povo.

Até agora, mesmo dentro do Paraná, de onde você nasceu e começou no vôlei, você não era muito conhecido. Você encarou o Pan como oportunidade de se apresentar, marcar presença para o público brasileiro?

A convocação é uma coisa que todo mundo espera. Jogador de seleção é mais valorizado, com certeza. Sempre trabalhei forte focando isso. Temos muitos jogadores de altíssimo nível, então estou muito feliz em ter sido reconhecido. E de ter conseguido desempenhar bem um papel que a seleção precisava. Estou feliz de ter jogado bem para ter ajudado o time a ser campeão. E se a seleção, o Rubinho, acharem que eu deva voltar, com certeza vou estar lá para fazer o meu melhor.

E, na sua função, a concorrência na seleção não é nada fraca... Giba, Murilo... Com certeza. É uma posição que o Brasil está bem servido. E é até bom. Outros países sofrem para formar e no Brasil temos muitos, e com qualidades distintas, o Renato, por exemplo, é muito técnico. Eu e o Thiago Alves, jogamos com um pouco mais de peso na mão.

Como o Brasil tem formado tantos ponteiros de qualidade?

Vem lá do tempo do Rubinho e do Marquinhos [técnicos das seleções da base], insistindo conosco desde o juvenil. O trabalho que eles fizeram fez a gente crescer muito. E isso mostra que, se o Brasil vence tudo o que vence hoje não é só lá no top, mas sim, de baixo, da preparação da base. E essa seleção [campeã no Pan de Guadalajara] é uma renovação, uma preparação.

Além da sua força, você é muito carismático, leva o grupo, algo que é comum ver no Giba... você está sempre assim mesmo, com o coração na quadra?

Ah, sim. Sempre com o coração na quadra. Boto mesmo. Até o pessoal que me conhece sabe que, às vezes, quando passo do ponto, acabo fazendo besteira, porque brigo muito.

Tem de ter alguém ali para te colocar de volta ali na quadra?

O Bruno foi um grande ajudante nessa fase, porque carrega muito, carrega muito mesmo.

E vocês passaram muito tempo junto neste Pan, né? Era comum ver vocês dois circulando pela Vila...

Muito. Muito mesmo. Trabalhamos junto até para se entrosar, até porque a gente nunca havia jogado juntos. Conversamos muito, nos treinos, sempre trocando ideia. E funcionou, tanto com as bolas do meio. Foi um trabalho impressionante dele.

Na semifinal, você não foi bem e, contra Cuba, foi outro. Como passou de um dia para o outro para essa mudança?

Na sexta-feira me faltou um pouco de perna contra a Argentina. Ainda bem que tempos uma equipe muito forte. O Renato entrou muito bem. Isso é importante, mostra que temos uma seleção mesmo, quem entra resolve. Há males que vêm para bem. Não tive um bom jogo, tentei descansar para a final. E deu certo, apesar de ainda ter tido falhas, ali, para fechar o bloqueio, forçando o saque quando não precisava. Mas são coisas com as quais a gente aprende.

E a final foi com mais vontade?

Claro, final é final, ainda mais contra os cubanos, né?

O fato de Cuba de não conhecer tão bem esse grupo ajudou?

Não sei até que ponto influencia. Fizemos um trabalho muito forte, treinamos juntos. Muita gente achava que não iriamos conseguir, que éramos só um time B. Mas até o Ari Graça (presidente da CBV) falou conosco que, no Brasil, a gente pode até fazer uma seleção C e ganhar campeonato. Porque o nível do voleibol no Brasil é forte. A gente veio com muita vontade, preparados e com jogadores de muito alto nível e mostramos isso.

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