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No sábado, ainda com sol, 400 mil pessoas lotaram a orla do Aterro do Flamengo | Divulgação / Red Bull
No sábado, ainda com sol, 400 mil pessoas lotaram a orla do Aterro do Flamengo| Foto: Divulgação / Red Bull
  • Avião do piloto norte-americano Michael Goulian estacionado no pátio da Força Área Brasileira no aeroporto Santos Dumont
  • O circuito de lata do russo Sergey Rakhmanin

Chuva e vento fortes na Baia de Guanabara cancelaram a etapa brasileira do mundial de corrida aérea, a Red Bull Air Race, no Rio de Janeiro. Com isso, ficou valendo resultado da classificação de sábado para definir o campeão. E quem levou a melhor foi o austríaco Hannes Arch, com o tempo de 1min20seg44. O piloto superou os britânicos Nigel Lamb (1min21seg17) e Paul Bonhomme (1min21seg62).

Ao lado de cerca 200 jornalistas da imprensa mundial, a reportagem da Gazeta do Povo acompanhou o evento. A ideia era buscar a razão para o tamanho interesse popular pelo esporte que relegou o futebol à segunda posição na preferência. No sábado, dia da classificação, a mesma estimativa da PM garantiu que mais de 400 mil pessoas lotaram as areias do Aterro do Flamengo. Resultado disso foi trânsito caótico, preocupante para a cidade provável sede da final da Copa do Mundo de 2014 e que será anfitriã dos Jogos Olímpicos de 2016.

Além de uma dose altíssima de adrenalina, com aviões voando a uma velocidade média 350 km/h pelos "air gates" (pilões infláveis), que medem 20 metros de altura e com espaço entre os pilões 10 metros, a gratuidade do evento é um atrativo e tanto. Durante a semana, centenas de fãs da categoria se mobilizaram via Twitter, contando que não faltariam de jeito nenhum ao evento. Um grupo de amigos de Belo Horizonte viajou mais de sete horas de moto para estar lá.

Os mineiros e os outros espectadores viram a competição de 14 aviões. Eles partem em seqüência, um de cada vez, num circuito de 5,6 km. Os "air gates" devem ser cruzados de forma pré-determinada, pois os comissários de prova verificam se os pilotos passaram de forma correta – se o voo foi desnivelado, alto demais um tocou em um "air gate", por exemplo. Tudo isso pode gerar penalidades. E não é fácil controlar a máquina. O brasileiro Adilson Kindlemann, por exemplo, ficou fora da etapa carioca depois de ter sofrido um acidente no testes na Austrália.

"Não é fácil controlar o avião nos obstáculos. Por isso, muitos pilotos procuram memorizar o trajeto antes da prova", explica engenheiro Philipp Kalitin, da Sergey Rakhmanin. O piloto, que dá nome à equipe, usou latinhas de energéticos para traçar no chão do hangar da Força Aérea Brasileira, no Aeroporto Santos Dumont, de onde partem os aviões, para memorizar o traçado. "São detalhes importantes em meio à tanta tecnologia", completa o engenheiro da escuderia russa.

Para voar numa máquina dessas, além de anos de prática de pilotagem, é preciso um alto investimento. São gastos pelo menos US$ 450 mil ( R$ 825 mil) . Isso sem contar o motor não sai por menos de US$ 60 mil (R$ 110 mil). "Estamos desenvolvendo uma área que estava estagnada na aviação. Por outro lado, acontece rápido demais e com o foco demasiado em performance, pode se tornar perigoso. Precisamos investir em segurança acima de tudo", alerta o húngaro Peter Besenyei, piloto da Red Bull.

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