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Quando o diretor de prova do GP do Brasil, Carlos Montagner, der a bandeirada de chegada ao vencedor da última prova da temporada 2006, estará coroando o novo campeão da modalidade. Mas seja Fernando Alonso o vencedor (basta marcar um ponto), seja Michael Schumacher, o título não será o suficiente para preencher o vazio que se abrirá na Fórmula 1.

Campeão ou não, após corrida de Interlagos o alemão de 37 anos, maior recordista de todos os tempos da categoria, se aposentará. Com ele, ao menos momentaneamente, seca a emoção dos grandes duelos da modalidade. Nos 16 anos de categoria o piloto marcou época com seus confrontos: Schumi x Senna, Schumi x Villeneuve, Schumi x Irvine, Schumi x Hakkinen e por último, Schumi x Alonso.

A saída do heptacampeão marcará também o fim de uma geração – da qual ainda resistem sem sucesso apenas Rubens Barrichello e David Coulthard – e o início de uma era de incertezas.

Em 2007, o único campeão mundial na modalidade será o espanhol Fernando Alonso. Em volta dele uma série de caras novas que talvez só estivessem esperando a brecha do heptacampeão para aparecer – ou talvez não tenham mesmo nada além do que já mostraram.

Entre as apostas, muitos garotos como o polonês Robert Kubica (BMW), o finlandês Nico Rosberg (Williams) e o inglês Lewis Hamilton (provável companheiro de Alonso na McLaren). Ou então os olhares se voltarão para aquelas promessas de antes: Felipe Massa, Kimi Raikkonen, Jenson Button. Enfim, sem Schumacher, quem apostar, vai apostar no escuro.

"A princípio (a saída de Schumacher) vai ser um impacto negativo. Perder um piloto que quebrou o recorde de títulos na história é uma perda muito grande para o esporte. Mas isso já aconteceu antes, com (Alain) Prost, (Ayrton) Senna, (Niki) Lauda. Depois dessas lendas, surgiram outros campeões para substituí-los. Então, acho que depois de um tempo as pessoas vão se acostumar com os próximos pilotos", opina o brasileiro Felipe Massa, da Ferrari, um dos que tentará tirar proveito do vácuo que será criado pela saída do alemão.

Após a corrida de hoje, o grande desafio do circo da F-1 será criar a sua nova lenda. Sem Schumacher, abre-se espaço para novas histórias incríveis, semelhantes ou não a de quando o alemão ainda pilotava kart e venceu uma prova dirigindo a metade do tempo com uma mão só – a outra segurava um parafuso do carburador.

Ou a história sobre a sua primeira corrida na Fórmula 1, em 1991, na pista de Spa-Francorchamps, pela Jordan. Para convencer Eddie Jordan de que era a escolha certa, garantiu conhecer o circuito como a palma de sua mão quando, na verdade, havia dado nele apenas uma volta, e de bicicleta. Ninguém percebeu, já que na classificação, obteve o surpreendente sétimo melhor tempo.

Aliás, para formar a sua nova lenda, a F-1 terá de começar mesmo pelas histórias. Já que os números do alemão são praticamente inalcançáveis.

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