Clã de esgrimistas conduzirá a tocha

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Uma série de desentendidos quase tirou a família Schwantes do revezamento da tocha pan-americana, que hoje, a partir das 11h30, percorrerá as principais ruas e pontos turísticos de Curitiba – 34.ª cidade do tour que começou no dia 5 de junho, em Santa Cruz Cabrália (BA), e terminará no Maracanã daqui a dez dias, na abertura do principal evento esportivo das Américas.

O clã de esgrimistas curitibanos, formado pelo pai Ronaldo, medalhista de bronze nos Jogos do México em 1975, e os filhos Athos e Ivan Schwantes, classificados para disputar a modalidade no Rio de Janeiro, esperou até o último instante para ver seus nomes no roteiro oficial do "cooper pan-americano". Tudo por culpa de "um problema na listagem", como alega a Prefeitura Municipal de Curitiba, que ao lado do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e da Samsung (patrocinadora do evento) ajudou a selecionar os condutores da chama.

Na semana passada, eles receberam uma correspondência do Ministério do Esporte confirmando a participação no revezamento. Alguns dias depois, porém, a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Smel) cancelou, por telefone, a convocação. "Ficamos sem entender nada", resumiu Athos, de 22 anos, sétimo colocado com a seleção brasileira no Pan de Santo Domingo. Ao lado do irmão, o esgrimista está há dois anos morando na capital fluminense treinando com o restante do time nacional.

A situação só foi contornada no sábado pela manhã, quando a Smel voltou atrás e confirmou a presença do trio de mosqueteiros na caminhada, que percorrerá 34 quilômetros por 16 bairros de Curitiba (veja mapa ao lado). "Existiu algo raro, que quase não acontece no esporte, chamado politicagem", afirmou Ronaldo, abusando da ironia, mas evitando apontar culpados. "O importante é que tudo se resolveu a tempo e nós teremos a oportunidade de participar de algo belíssimo, o coroamento de toda uma carreira esportiva. Será muito emocionante", acrescentou o patriarca, já aposentado.

Para evitar transtornos de última hora, como o fechamento dos aeroportos de Porto Alegre e Foz do Iguaçu, que na semana passada atrasou o revezamento em mais de duas horas, o COB optou por trazer a tocha a Curitiba com antecedência. A chama desembarcaria ontem à noite no Afonso Pena, num avião da Força Aérea Brasileira (FAB). "Estou bem nervoso como se já fosse o Pan", disse Athos.