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O atacante Murilo, um dos destaques da seleção brasileira no Mundial da Itália, treina para o clássico desta tarde em Roma | FIVB
O atacante Murilo, um dos destaques da seleção brasileira no Mundial da Itália, treina para o clássico desta tarde em Roma| Foto: FIVB

Roma - Dona da hegemonia do vôlei há uma década, a seleção brasileira tem uma batalha hoje. O time de Bernardinho enfrentará um duro adversário no caminho para o tricampeonato mundial: a arquirrival Itália e sua torcida. As duas seleções, que dominam o esporte desde os anos 90, fazem uma das semifinais do Campeonato Mundial, às 16 horas (de Brasília), em Roma. A outra vaga na decisão será decidida antes, entre Cuba e Sérvia, às 12 horas (de Brasília).

Brasil e Itália entrarão em quadra sob intenso fogo cruzado. Tudo começou antes mesmo do início do campeonato, quando a seleção brasileira contou com a ajuda do italiano Maurizio Latelli, que atua no Verona, para substituir Marlon num treino preparatório para o Mundial. O jogador foi considerado "traidor" pelo seu clube e houve até rumores de uma possível suspensão da Federação Italiana de Vôlei.

A rivalidade entre as seleções também passou pelo regulamento. Os anfitriões do Mundial propuseram uma confusa regra que facilitou sua caminhada até a fase decisiva. Os brasileiros, revoltados, perderam de forma suspeita para a Bulgária na segunda fase, o que colocou o time de Bernardinho numa chave teoricamente mais fácil na etapa seguinte, com Re­­pública Tcheca e Alemanha. Os donos da casa reprovaram a atitude, classificada como "vergonhosa" por imprensa e torcida.

Os brasileiros sabem que encontrarão um ambiente hostil, com 10 mil vozes contra. Mas apontam a experiência da equipe como trunfo para passar pelo novo teste. "Depois da pressão na final da Liga Mundial do ano passado, na Sérvia, este grupo está preparado para enfrentar qualquer situação. Provocações vão acontecer, principalmente, por parte do Vermiglio e do Mastran­­gelo. Eles vão tentar desestabilizar os menos experientes. Mas jogam assim. Só que a cabeça da gente está muito fechada para não deixar isso acontecer", diz o capitão Giba, que começará o confronto na reserva.

A Itália não fica atrás e não esconde a preferência pelo clima bélico. O técnico Andrea Anastasi busca motivar seus comandados ao máximo. "O importante é ajustar o emocional para a batalha, pois será uma grande batalha." Para a equipe, frear o domínio do Brasil é questão de honra. Afinal, os europeus foram superados neste ano em número de conquistas de Ligas Mundiais (9 a 8) e podem ver o adversário igualar os títulos mundiais – a Itália venceu em 1990, 1994 e 1998.

Os dois times já se enfrentaram 67 vezes, com 41 vitórias brasileiras e 26 italianas. Na "Era Bernardinho", foram 18 jogos, com apenas três triunfos dos europeus – a última foi na Liga Mundial de 2003. O último confronto foi na semifinal da Olimpíada de Pequim, quando o time brasileiro ga­­nhou por 3 sets a 1.

Apesar da supremacia recente, o técnico vê chances iguais. "Não vejo um favoritismo. É um jogo entre dois países que marcaram épocas. A equipe da Itália tem uma capacidade física muito boa e taticamente joga bem. Tem o pilar de três grandes e experientes jogadores: Vermiglio, Mastrangelo e Fei, que comandam o grupo. É uma equipe que sabe jogar e colocar o adversário em dificuldades por sua capacidade tática. A ansiedade é grande e o importante é sabermos lidar com ela", analisa Bernardinho.

Ao vivo

Itália x Brasil, às 16 horas, na Bandeirantes e no SporTV 2.

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