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São Paulo e Rio (AE/ Folhapress) – Dirigentes de 11 dos 22 clubes da Série A do Brasileiro disseram ser favoráveis à realização de novos jogos nas partidas apitadas por Edílson Pereira de Carvalho, possibidade aventada ontem pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Dois desses clubes, Botafogo e Atlético-MG, defendem a repetição dos 11 jogos feitos pelo árbitro, envolvido no esquema de suborno a juízes para manipular resultados nos jogos do Nacional. "Quem garante que é uma coisa isolada? São 20 mil horas de gravações. Se for para anular, tem de anular as 11", disse o presidente botafoguense, Bebeto de Freitas.

Clubes ameaçados pelo rebaixamento, como Flamengo, Figueirense e Brasiliense, afirmaram que irão acatar qualquer decisão do STJD. O presidente flamenguista, Márcio Braga, que havia ventilado a possibilidade de virada de mesa, voltou atrás ontem.

Em nota, disse que "o Flamengo aceita o chamamento à união dos desportistas proferido pelo desembargador Luiz Zveiter (...) por acreditar na força moral, na responsabilidade social e na capacidade do presidente do STJD."

Ontem, o presidente do Tribunal, Luiz Zveiter, encontrou-se com promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público), em São Paulo. O desmbargador afirmou que o esquema de manipulação de resultados de jogos de futebol está restrito ao árbitro Edílson Pereira de Carvalho e revelou, no entanto, uma mudança no rumo das investigações.

Disse que os três jogos que haviam sido descartados por não terem sido manipulados – Juventude x Figueirense, São Paulo x Corinthians e Fluminense x Brasiliense – voltam a ser investigados. Até segunda-feira, o STJD trabalhava na análise de apenas oito jogos que estariam "contaminados".

"Estou falando de hoje. É claro que se novos fatos surgirem a situação muda, mas hoje, com os dados que temos em mãos, o esquema está restrito ao Edílson. Não temos evidencias de outros árbitros envolvidos", afirmou Zveiter, após o encontro com os promotores. "Ao que tudo indica, se trata de um problema pontual", acrescentou.

Zveiter reiteirou que a atuação do Paulo José Danelon no esquema ainda não foi confirmada. "Por enquanto não podemos falar nada do Danelon. Ele tem depoimento previsto, mas apenas na condição de investigado". Danelon foi acusado por Edílson de fazer a intermediação entre ele e o empresário Nagib Fayad, que fazia as apostas e pagava o árbitro por resultado.

O desembargador ainda mandou um recado aos clubes que pretendam entrar na Justiça Comum. "Quem fizer isso vai ser excluído do campeonato", avisou ele, que voltou a afirmar que não permitirá uma virada de mesa, inclusive na Série B do Brasileiro. "Quem caiu (para a Série C), já caiu. Que volte no ano que vem", disse o presidente do STJD.

O depoimento de Paulo José Danelon, que estava marcado para ontem, foi reagendado para a tarde desta quarta-feira, na Polícia Federal, em São Paulo.

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