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A grande pergunta que me faço é a mesma que todas as pessoas sensatas e im­­parciais se fazem. Será que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva vai restabelecer a normalidade e julgar o Coritiba com critérios corretos e sem excessos draconianos?

A punição imposta ao Coritiba pelos desagradáveis episódios ocorridos depois do jogo contra o Fluminense foi injusta, porque ultrapassou os limites da razoabilidade. Um assassino julgado por mais de um crime, de várias naturezas, pode ser condenado a cumprir, por hipótese, a 300 anos de reclusão. Mas, não ficará preso por mais de trinta anos consecutivos. É o mandamento legal. O Brasil não adota a prisão perpétua e nem a pena de morte, logo, é impossível cumprir penas cumulativas que ultrapassem o que é razoável.

Volto ao futebol. O Coritiba, como instituição desportiva, não ordenou a invasão do campo, não estabeleceu o número de policiais militares e civis para preservar a segurança do Couto Pereira e muito menos estimulou o gesto de vândalos agressores voltados contra o próprio clube. O policiamento para resguardar a segurança de jogadores, comissões técnicas e juízes foi insignificante e mais, sem o instrumental capaz de agir para prevenir e reprimir o vandalismo dos invasores. Visibilíssima a falta de proporcionalidade dos agressores e policiais.

Os que atuaram à margem da lei e da civilidade deram uma surra na polícia. Um policial chegou a ser hospitalizado. Homens e mulheres agiram corajosamente, honrando a farda que vestiram no dia fatídico. Foram poucos contra uma turba de delinquentes.

O STJD assumiu perigosamente o papel de justiceiro com proteção dos deuses. Foi motivado pelo clima de verdadeira comoção social, levado pela pressa de mostrar serviço sem cuidar do julgamento com a tranquilidade que deve nortear as decisões dos julgadores. Não se julga por emoção e quando se o faz o remédio é interpor recurso para reduzir a drasticidade da pena. É o que o Coritiba faz, agindo dentro dos preceitos estabelecidos pela justiça desportiva.

Não estou pregando a absolvição pura e simples do Alviverde. Procuro, sim, ficar orientado pelo bom senso, esperando uma rigorosa revisão das punições absurdas e inéditas. O exagero é a medida descontrolada de decisões raivosas. Espero do STJD a grandeza que faz a justiça ser respeitada e acolhida com serenidade.

A vida de Aryon

No próximo sábado, nas Livrarias Curitiba da Boca Maldita, será lançado o livro Aryon Cornelsen – um empreendedor de vitórias. Personalidade destacada da vida Coritiba e um dos mais importantes líderes do grande clube, Aryon é homenageado pelo neto André Cornelsen Brofman com a edição da obra. O texto é do jornalista Vinícius Coelho, um emérito conhecedor da vida do Coritiba. Já li e gostei.

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