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A publicação dos cem melhores jogadores que atuaram no Paraná em todos os tempos despertou a curiosidade de muitos – dos mais jovens principalmente. Gente que não viu e talvez não tenha ouvido falar em Fedatto, Jackson, Miltinho, Alceu Zauer, Dirceu, Nilson, Krueger, Afinho, Isauldo, Cireno, Caju, Jairo e tantos outros craques. Zé Roberto, para mim, o mais espetacular de todos pelos gols maravilhosos e decisivos que marcou, com estilo, muita classe e imprevisibilidade.

A lista de cem que jornalistas e pessoas ligadas ao futebol elaboraram poderia ser acrescida de outros estilistas da bola. Com certeza era preciso estabelecer um limite numérico, cem, coincidindo com a centésima edição da Gazeta Esportiva. Uma ótima iniciativa da Editoria de Esportes, com o significado de homenagear os melhores de todos os tempos, colocando-os na memória da juventude acostumada com os nomes de hoje, infelizmente de poucos craques e muitos cabeças-de-bagre. Não é uma realidade apenas dos paranaenses. O Brasil vive uma fase de indigência técnica no futebol.

Audácia pretender chamar à discussão jogadores como Pelé, Garrincha, Nilton Santos, Telê, Canhoteiro, Ademir Da Guia, Mauro, Gilmar e outros extraordinários ícones do futebol brasileiro. Craques incomparáveis. E citei apenas alguns, os mais presentes na memória dos cinquentões para cima. Era um futebol mágico, com longos passes de Gerson, finalizações em velocidade de Jairzinho, torpedos de Pepe, dribles desconcertantes de Zico, a inteligência de Tostão, a invenção da bicicleta no futebol de Leônidas da Silva e o refinado e ousado futebol do zagueiro de área Domingos Da Guia.

O grande valor da iniciativa deste jornal foi mostrar aos nossos leitores que o Paraná conviveu com os melhores do mundo, apresentando no seu devido tempo figuras importantes que escreveram a história do futebol paranaense.

O futebol era diferente? Claro que sim. Diferente e infinitamente melhor que o de hoje. Atualmente, o privilégio é dos que marcam com pancadas e agarrões. Dificilmente o público é contemplado com uma jogada de efeito técnico. Como sou fervoroso defensor do gesto de fazer justiça, os símbolos paranaenses lembrados na histórica pesquisa podem servir de exemplo para a juventude dos dias atuais.

Pode ser estarrecedor, mas será que temos um craque de verdade no Coritiba, Atlético e Paraná? Não estou falando de jogador bom e sim de craque, aquele que desequilibra um jogo com um lance genial. Nós, jornalistas, temos alguma culpa na idolatria apressada de certos jogadores. Em um ou dois jogos rotulamos um jogador de craque. Errado. Craque é aquele que faz da genialidade uma rotina aos olhos da torcida. Os outros podem ser razoáveis, bons, mas muitíssimo diferentes dos craques que muitos de nós conhecemos.

airtoncordeiro@gazetadopovo.com.br

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