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Houve um tempo em que o futebol tinha como direção a alegria do povo. Tempo de Garrincha, o melhor ponta-direita do mundo. De tão espetacular e produtor de lances maravilhosos, o Mané das pernas tortas foi carinhosamente consagrado com a alcunha de "Alegria do Povo". Os estádios lotavam para vê-lo jogar com arte e técnica.

O povo alcançava o delírio.

Tempo de Pelé, reconhecido internacionalmente como Rei do Futebol, por brasileiros e estrangeiros. Os ingressos eram acessíveis a todas as classes sociais. No Maracanã original o local frequentado pelo povo mais humilde era a geral. Seus frequentadores eram identificados como os "geraldinos". Os torcedores mais pobres tinham o seu espaço. As emoções eram partilhadas por ricos e pobres.

E hoje como é? Em Curitiba os pobres estão sendo eliminados impiedosamente dos estádios nos jogos do Atlético (por completo) e no do Coritiba (parcialmente). O Atlético não tem time de futebol que mereça o pagamento que o clube exige de seus torcedores.

Uma equipe mediana, sem craques de verdade. Mas os preços praticados pelo clube são equivalentes pelo que pagaram os torcedores que assistiram à maioria dos jogos da Copa das Confederações recentemente concluída.

O Atlético da elite quer ficar longe dos que não possuem condições financeiras para pagar preços tão absurdamente elevados para disputar um lugarzinho no estádio. Uma atitude irracional do presidente atleticano. Talvez MCP imagine que todos têm a mesma facilidade que ele possui para amealhar dinheiro.

O Coritiba força os torcedores para agrupar maior número de sócios. Quem não torcer pelo clube não possui o direito de entrar no Couto Pereira para assistir ao jogo? O presente já está mostrando o que será o futuro imediato. Em Curitiba, os jogos serão com torcida só do clube mandante. O mais popular esporte brasileiro está afastando dos confrontos torcedores sem o carimbo de sócios.

Ah, no caso do Atlético, até sócios terão de pagar por lugar coberto no Durival Britto, alugado ao Rubro-Negro por generosidade do Paraná. Pela modesta importância de R$ 50 mil, dizem fontes paranistas.

Sucumbiu a função social do futebol. Cresceram os olhos de dirigentes insensíveis às dificuldades dos brasileiros que vão às ruas para lutar por centavos nos preços do transporte coletivo. Gente egoísta que se felicita por discriminar os desvalidos da riqueza.

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