As duas derrotas que o Coritiba sofreu no Nordeste nos colocam diante de uma realidade dura. O time não é tão competitivo como imaginávamos. Faltam qualidade e dedicação. A apatia é a marca de vários jogadores. A derrota contra o Fortaleza causou frustração sem precedentes. Perder do CRB jogando o futebolzinho que todos vimos é uma frustração ainda maior.

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Para as duas derrotas sempre as mesmas explicações. Passes errados, posicionamento da defesa equivocado e ausência de atitude. Jogadores, técnico e dirigentes repetem quase sempre a mesma linguagem. Não seria mais fácil admitir que Caíco, Ricardinho, Hugo e Fabinho, para exemplificar, não jogaram nada? Que tal admitir que Pedro Ken deve jogar do meio para a frente e que Marlos, sem ser perfeito (quem o é?), dá outra dinâmica ao time? Quantas finalizações o Coritiba fez em Maceió? Lembro de uma, com Pedro Ken, no segundo tempo.

É ridiculamente pouco. Outro problema do Coritiba é a insistência do treinador em mexer com constância na escalação da equipe prejudicando o sentido coletivo. Contra o CRB imaginei que o Coritiba voltasse para o segundo tempo com, ao menos, duas alterações. Túlio na lateral direita e Marlos no meio-campo no lugar de Ricardinho e Pedro Ken sendo companheiro de Marlos. Essas modificações estavam evidentes como necessárias. Nada aconteceu e o Coritiba continuou lento, impotente, meio-campo sem marcar e nem criar e uma defesa desprotegida.

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Pois bem. Quem joga no Coritiba, o time ou a torcida? Não resta qualquer dúvida, a fiel torcida é quem alavanca o Coritiba. Seu efeito não é só sentido na ação dos jogadores, também, nas decisões de René Simões. Pressionado, o técnico muda. Do contrário, altera. Como em Maceió, tardiamente.

Outro ponto. Líder, com expressiva vantagem sobre o adversário imediato, o papel do Coritiba não pode ser defensivista. Tem que jogar para ganhar e fugir do sufoco das últimas partidas do campeonato. Aí vem a justificativa. Contra o Marilia deu certo. Diante do Fortaleza e do CRB não deu. Por que? Cada jogo tem uma história e os seus desdobramentos são totalmente diferentes. As coisas mudaram. Os adversários estão subindo e já estão mais próximos do Coritiba. Situação nada confortável para quem esteve respirando sem sofreguidão.

Na Europa, o melhor

A rodada de ontem dos campeonatos nacionais da Europa mostrou brasileiros brilhando. Muitos gols, bons defensores, atacantes de qualidade e participação em importantes vitórias. O atacante Afonso, descoberto por Dunga, conseguiu a marca fantástica de fazer sete gols contra o adversário do Campeonato Holandês. O número (7) é de mentiroso, mas os gols são reais. A Primeira Divisão do futebol do Brasil está no Velho Mundo. Ficamos com as sobras.