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Nascer e morrer, o começo e o fim da vida de cada ser humano. No espaço entre o começo e o fim, a construção de uma história. Uns morrem prematuramente, outros alcançam idade mais avançada. Todos, sem distinção, não conseguem atingir o estágio só de felicidade, ou, exclusivamente de tristezas.

Deus nos atribui qualidades diversas e determina para cada um o tempo de vida e alternância de sentimentos diferentes. Com Vinícius Coelho não foi diferente. Ainda jovem, abraçou a profissão que escolheu por vocação, o jornalismo. Brilhou no rádio, na televisão e em vários jornais.

Dono de um texto brilhante, assinou colunas e descreveu muitos jogos em linguagem tática e técnica. Em emissoras de rádio, foi comentarista dos mais ouvidos. Na televisão, foi narrador e apresentador, tendo o orgulho de transmitir a final do Campeonato Brasileiro de 1985 que consagrou o Coritiba, que Vinícius amou como poucos, como o primeiro clube paranaense campeão do Brasil.

Sempre colocou o Alviverde no topo do seu histórico de vida. Foi fascinado pelo clube e sem exagero do colunista viveu vitórias e dramas com extraordinária emoção. Por essa paixão incontrolável, tivemos algumas divergências. Eu, torcedor do Clube Atlético Ferroviário, e Vinícius, coritibano até as mais profundas raízes dos seus cabelos ruivos, embranquecidos com o passar dos anos. Tivemos uma convivência rica profissionalmente. Juntos, demos nossa contribuição ao jornalismo esportivo com dedicação extrema.

Não exagero ao dizer que o Vivi foi um dos meus mestres, passando-me conhecimentos e experiências que os anos de vida permitiram que buscássemos o melhor para os torcedores. Fomos premiados com a Bola de Ouro na mesma cerimônia e no mesmo ano no Rio de Janeiro. Percorremos o Brasil por várias vezes cobrindo o Campeonato Brasileiro. Foram tempos de um Vinícius alegre, sorridente, companheiro de transmissões e de noitadas sentados à mesa falando sobre futebol, comendo bem e tomando vinho de boa qualidade.

Vivemos muito tempo como bons amigos e companheiros unidos pelo ideal de engrandecer o futebol do Paraná.

Post scriptum

Ninguém, sem ser diretor do Coritiba, fez tanto pelo Glorioso. Assim identificava o clube que alimentou o coração combalido pela morte brutal do filho Bruno, assassinado friamente por criminosos covardes. Vinícius Coelho leve com você a minha saudade e a minha gratidão pela convivência fidalga e pelas divergências que protagonizamos. Nos dois extremos em que a vida nos colocou, cultivamos uma relação de amigos, do mesmo jeito que como irmãos têm suas diferenças.

Obrigado Vinícius Coelho. Leve com Você as alegrias da vida e o amor de reencontrar o filho Bruno. "Tiau."

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