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Entre a seleção brasileira e o Fluminense*, sou tricolor de coração, sou mais Fluminense – ontem, ho-je, amanhã, sempre. Minhas relações com "a pátria de chuteiras" são intermediadas pelo tricolor, passam pelo clube tantas vezes campeão, dependem dele, são caudatárias dele. Em bom português, ou tem tricolor na parada ou não tem pátria de chuteiras (com qualificações que pintarão à frente).

1950 não conta; era muito menino. Já em 54... Com Castilho, Pinheiro e Didi em campo, Zezé no comando, Veludo na reserva, como não torcer-sofrer pelo Brasil?

– E 58?

– Bem, em 58 tudo apreciei com moderação, dava gosto ver adolescente tão centrado quanto veterano da guerra do Paraguai. (Tudo seria diferente se a comissão técnica escalasse o Castilho no gol; me transformaria imediatamente num "dragão da independência", eqüestre ainda por cima.)

Em 1962 revivi 58 em dose tripla: além do Castilho, Jair Marinho e Altair foram barrados pelos " velhos" Santos, Djalma e Nilton... (Como é louca, como é burra a paixão! De cadeiras de roda os Santos jogavam mais que a dupla tricolor, o que não me impedia de sonhar com ela a envergar a amarelinha.)

Bem, em 66 surtei – traríamos o caneco da Inglaterra com Altair&Denílson acolitados pelo Pelé. E mais nada. Ganharíamos tudo de todos desde que os tricolores e o Negão estivessem em campo; o resto paisagem. Não passamos da 1.ª fase.

1970. Ambivalência. Amor&ódio. Tapas&beijos. Com João e Russo no comando ninguém torceu mais pela seleção que o locutor que vos fala. Quando saíram (o Russo em solidariedade) passei a torcer contra. Até a torcida paulista expulsar à vaia "o time do Zagallo" e seu ataque: Rogério (Jairzinho)–Gérson–Jairzinho (Roberto)-Pelé-Paulo César.

Em 74 não hesitei: torci direto contra o ridículo ataque do Zagallo: Valdomiro-P.César-Jair-Rivellino-Dirceu. Com orgulho me transformei em Almirante Bátavo (não é, Lula?), tiete da "laranja mecânica", do seu futebol total**.

Em 78 o festival de besteiras do infausto capitão Coutinho me exasperou: como torcer pro ataque (de riso)Toninho-J.Mendonça-Dinamite-Batista-Dirceu? Antes ser mico de realejo, não?

Notas

* Outro dia explicarei minha doidja paixão tricolor, mas posso adiantar que sou vítima (ou produto?) da rádio Nacional, PRE-8, a Globo hertziana da época. Também sou produto (ou vítima?) de Irra-ti/ Irra-ti/ Tera querida... não sou curitiboca.

** No texto do Marcelino transcrito quinta, 8, está dito tudo: só aqueles holandeses inovaram (desde a mudança da lei do impedimento, acrescento).

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