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– Qual é, Carlos Alberto? É incapaz de acertar o pé, o passo, pelo dos pedestres?

– No dia internacional do guarda-redes a coluna ataca a velha e estúpida decisão da Fifa de punir os clubes por atos de violência (?!) dos torcedores; um dia depois da visita do Rei, no dia seguinte à luminosa passagem do divino Crioulo pela mui hermosa, leal, amável Vila Nossa Senhora dá (sic) Luz aos Pinhais o que lemos? Muitas mal traçadas sobre o já citado dia internacional do guarda redes. Sempre atrasado! Até quando? E por que? Defenda-se ou cale-se para sempre.

– Membros do júri, ouvintes de casa, do auditório, senhoras, senhores. Não sou repórter; sou comentarista. E ave noturna. Como a coruja só voa ao anoitecer, o comentarista só diz ao que vem depois que a poeira assenta, a noite cai – no dia seguinte. Sacou, Sócrates? Então vamos ao que interessa.

O Negão passou por aqui na quarta. Veio dar tremenda força a uma obra de filantropia – alta pesquisa científica da saúde da criança e adolescente; convênio com a Prefeitura da city para atender a meninada hiperativa, com déficit de atenção. E só não entrou com bola e tudo porque teve humildade, e gol! Mais um gol de placa que a galera assim saudava: Rei maravilha, nós gostamos de você*.

Pelé, sim, Pelé, pois é dele que estou a falar, do Rei do Futebol (com maiúsculas), atleta do século, maior jogador dos séculos idos, por vir, a maravilha brasileira por excelência, Pelé passou por aqui na luminosa tarde de quarta-feira, e além dos golos de placa mencionados acima deitou sábias falações. ÔooooLÊ.

De cara acertou contas com o hiperestimado "racismo no futebol". Falou de cadeira. Foi xingado de "negro sujo", "macaco", "preto feira da fruta", de tudo em todas as línguas.

– Como reagiu?

– Contemporâneo do "Black Power", movimento made in USA, contemporâneo do orgulho negro, o grande negro reagiu com orgulho: agradeceu, retribuiu e encheu de bola, de golos, os boçais brancarrões, europeus ou não. ÔooooLÊ. (Essa não é a menor diferença entre ele e o Grafite: ele não se envergonha da cor – ele é preto, o preto, e daí, qual o problema senhor quem mesmo?)

Pelé matou a cobra. Em todo o mundo milhares de jogos vão ao ar diariamente; nos anos bissextos a tevê mostra um ato racista como epidemia...

Cavalheiros, bem menos. A tempestade em copo d'água dissolveu-se com o primeiro negro que comeu uma banana jogada ao campo. O humor desmoralizou a boçalidade. Aleluia!

Nota

* Para não ser processado apesar dos negritos defensivos: versos do Jorge Ben(jor).

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