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Se alguma dúvida havia, não há mais. Alguns clubes do futebol brasileiro acabam de comprovar que, se cavalheiro há, não há o que resista à coceira provocada pelo dinheiro, especialmente se está apoiada nos fundamentos do mercado.

E foram os fundamentos do mercado, no que diz respeito aos direitos de imagem, publicidade e televisionamento de jogos do Campeonato Brasileiro que atropelaram o acordo de cavalheiros celebrado na última eleição do Clube dos 13, que pretendeu estancar a marota interferência da CBF na associação que reúne os maiores clubes nacionais.

Agora, quando pela primeira vez em sua existência o Clu­­be dos 13 resolveu fazer a coisa certa, até mesmo porque se viu forçado a obedecer às determinações do CADE – Conselho Ad­­ministrativo de Defesa Eco­­nômica –, cujas regras são claras para a venda dos direitos de transmissão com licitação entre os interessados, ele está ameaçado de implosão.

O Clube dos 13, de forma unâ­­nime, reconhece a Rede Glo­­bo como a melhor, maior e mais equipada emissora para atender às necessidades dos clubes e, sobretudo, do público, tan­­­­to que lhe concedeu a vantagem de 10% sobre as demais interessadas.

Quando os entendimentos avançavam, com toda pinta de que os clubes conseguiriam do­­brar o faturamento – respeitan­­do-se a estatura de cada um no mercado – e que a Globo seguiria apresentando os jogos, surgiram nuvens negras no céu por interesses pessoais, conveniências ou o simples desejo de querer mudar as regras no meio do processo em andamento.

Até agora ninguém entendeu direito a interferência da CBF que, num passe de mágica, resolveu reconhecer o título bra­­sileiro do Flamengo, em 1987, seguindo-se a rebelião dos falidos times cariocas.

Ricardo Teixeira, como se sabe, é uma espécie de José Sar­­ney do futebol e usou a sua in­­fluência sobre o presidente do Corinthians que, intempestivamente, anunciou o desligamento do Clube dos 13.

Até o Coritiba arvorou-se como protagonista do cenário principal, quando na verdade não passa de coadjuvante, co­­mo de resto todos os clubes fora do eixo-Rio-São Paulo.

Houve precipitação, pois o Clube dos 13 possui estatutos que precisam ser respeitados por força da lei, até porque todos os rebeldes são devedores da associação.

Por trás das cortinas, além do interesse comercial das redes de televisão, o que existe é uma queda de braço entre a CBF e o Clube dos 13 contra a criação da Liga dos Clubes. A formação da Liga é o único caminho que po­­de salvar o futebol brasileiro e, obviamente, tem sido combatida pelo presidente Ricardo Teixeira, do mesmo jeito que foram detonadas as copas regionais – Copa Nordeste, Sul-Mi­­nas, etc. – para o fortalecimento dos deficitários Campeonatos Estaduais.

Enquanto a CBF nada em di­­nheiro, os clubes sobrevivem com migalhas na ceia dos insensatos.

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