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Como defensor do fortalecimento do futebol do interior, com o Campeonato Paranaense voltado para os clubes sem calendário anual, louvo a final entre Londrina e Maringá. Com a perdição administrativa do Paraná, que nasceu gigante e agora beira a menor estatura, decepcionando inteiramente nos últimos anos, e o desprezo que o atual presidente do Atlético nutre pelo Estadual, impedindo o time de levar a disputa a sério e submetendo o torcedor a humilhações desnecessárias, restou o Coritiba como candidato ao título. Como a equipe coxa-branca fracassou em pleno Alto da Glória, o campeonato tornou-se a celebração do interior.

O famoso "Clássico do Café" volta a decidir o título paranaense. Tenho viva na retina as imagens da final de 1981, quando o Londrina venceu o Grêmio Maringá por 2 a 1, no Estádio do Café. Na manhã do dia do jogo foi aquele burburinho no salão do café do hotel Bourbon, dirigido pelo estimado Roberto Vezozzo, e na hora do almoço, o bar estava bombando, sob o a liderança de Nassib Jabour, coadjuvado por Darcy Machado, Dinho, Murilo Zamboni e outros londrinenses históricos. Na chegada do presidente da Federação, Luiz Gonzaga da Motta Ribeiro, acompanhado pelos dirigentes Faiçal Farran e Aílton Fantinato, o respeito de todos, algo que não se vê hoje em dia nem para autoridades públicas e muito menos para políticos de qualquer gênero. Bons tempos que, lamentavelmente, desapareceram na poeira da história.

Onze anos mais tarde, Londrina e União Bandeirante fizeram a última final do interior, com o triunfo do Tubarão por 1 a 0, no Estádio do Café. Ambos se classificaram em cima de Atlético e Paraná, respectivamente, em memoráveis jornadas nas semifinais do Pinheirão.

O tempo passou e o futebol foi se tornando artigo de luxo para as cidades de porte médio e pequenas. Primeiro, pela ausência de um calendário racional por parte da CBF; segundo, pela imperdoável omissão das federações estaduais, que se prestam a servir como meras despachantes, satisfazendo-se com as verbas que são repassadas mensalmente pela CBF sob a justificativa de ajuda de custo, quando mais parece tratar-se da manutenção de fidelidade dos votos nas eleições presidenciais da entidade nacional; e, terceiro, pelo desinteresse dos clubes em mudar, efetivamente, as regras do jogo.

Maringá e Londrina são duas cidades que, obrigatoriamente, deveriam ser preservadas pela Federação Paranaense de Futebol se houvesse uma política efetivamente voltada para os interesses dos clubes e do desenvolvimento da atividade no estado. Aliás, os cartolas da capital desconhecem o potencial do interior, que poderia ser explorado com o fortalecimento de outras praças.

Maringá e Londrina chegam motivados à decisão, não só por terem eliminado a dupla Atletiba, mas pela excelência do futebol que estão apresentando.

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