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Aí está o Atlético em situação desesperadora. O torcedor tem todo o direito de indignar-se com o baixo rendimento da equipe, só não tem o direito de surpreender-se.

Há muito tempo vimos alertando para a fragilidade do time que não conseguiu ganhar nada desde aquele título conquistado em cima do Coritiba na decisão por pênaltis. E, mesmo ali, o Atlético já estava convulsionado, entre os Atletibas finais, com a substituição da invenção Casemiro Mior pela criação Edinho.

Seguindo exótico roteiro, com destaque para a contratação do alemão Lothar Matthäus, o torcedor foi vendo a equipe desmanchar-se com a saída dos melhores jogadores e a entrada de substitutos que não estavam à altura do conceito adquirido pelo clube nos últimos anos. Ou seja, de time forte e vencedor o Furacão transformou-se em time fraco e perdedor. Virou caixa de pancada dentro da própria Arena da Baixada.

Concomitantemente com as deficiências técnicas em campo passamos a assistir insólito comportamento dos dirigentes em relação à imprensa e à torcida. Com a imprensa um rancor descabido como se ela fosse responsável pelas mazelas do clube; com a torcida uma agressão gratuita aos grupos organizados e àqueles menos favorecidos que não podiam pagar o preço do ingresso.

Entre gestos de prepotência e declarações infelizes, os cartolas foram se distanciando da torcida e, obviamente, sofrendo a corrosiva conseqüência dessas atitudes.

Quando as coisas começaram a ficar complicadas e com o público irado, a diretoria recuou, diminuiu o preço da entrada no estádio e tratou de pedir a colaboração de todos os atleticanos para enfrentar este momento difícil.

É natural, portanto, diante das circunstâncias que vão se tornando dramáticas, que o torcedor, mesmo com o coração sangrando pela decadência técnica do time, faça novo sacrifício e retorne em massa à Arena da Baixada.

Se a ajuda do povo atleticano significa importante aditivo na tentativa de livrar o clube do ameaçador rebaixamento, que esse povo esqueça os insultos e retorne em nome da paixão e da preservação da mística atleticana. Será muito melhor ajudar agora do que curtir uma temporada na divisão inferior do futebol brasileiro.

Os atleticanos sabem quanto custa a dor e os prejuízos fora da principal vitrine nacional. Nenhum clube sofreu mais quedas e acessos do que o Atlético nos últimos 20 anos, mas ninguém desejar experimentar o transe de novo.

Que o time é fraco, todos sabem, mas não se pode negar a garra que esses jogadores têm mostrado em campo. Eles lutam de todas as maneiras e desdobram-se na superação de suas limitações técnicas para tentar evitar as derrotas.

Está difícil, mas não se pode desprezar a chance de uma reabilitação dentro de casa, como hoje, diante de adversário praticamente do mesmo porte e também com altos e baixos. É a hora da torcida.

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