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Ney Franco foi chamado para tentar salvar o Coritiba de novo rebaixamento e ainda não conseguiu aliviar a pressão. Com pouca competitividade nos últimos anos o Coritiba joga apenas para segurar bravamente a vaga na Série A.

Foi-se o tempo da formação de times fortes que faziam boas campanhas. O último foi o do “bivice” na Copa do Brasil. Nas finais, o título escapou-lhe por entre os dedos: com o Vasco na lamentável falha do goleiro Edson Bastos e com o Palmeiras nas chances de gol perdidas.

Demonstração de que a cota destinada pela televisão aos clubes de maior torcida nacional não é o ponto de desequilíbrio. Tanto que recentemente Internacional e Atlético-MG, que não fazem parte do bloco milionário do eixo-Rio-São Paulo, ganharam o título da Libertadores e continuam apresentando boas equipes. Atualmente, tão importante quanto a verba da tevê, é preciso aumentar o quadro social e saber administrar a arrecadação em jogos, shows, eventos, além, é claro, de revelar craques para reforçar o caixa com o dinheiro do mercado internacional.

Aí é que o Coxa começa a perder terreno, tanto que a sua principal revelação, o atacante Rafhael Lucas, tem recebido tratamento de segunda. Ao contrário do Atlético, seu principal concorrente, que se modernizou em todos os setores e incrementou as categorias de base, só falhando no planejamento do futebol principal pelo capricho de desprezar o Estadual e aventurar-se em frustrada excursão pela Espanha na fase de condicionamento físico do elenco, o Coritiba parece ter parado no tempo e no espaço.

Infeliz na formação do grupo para esta temporada, com muitas contratações arriscadas e o choque pela perda do título estadual em casa para o modesto Operário, de Ponta Grossa, corroeram-se as estruturas do futebol coxa-branca. Mas os equívocos não cessaram. Até pelo contrário, o contrato firmado com o inativo e problemático Kléber Gladiador parece ter sido a cereja em cima do bolo verde.

Menos mal que o atleta foi consciencioso e abriu mão do salário até que se recupere da artroscopia à qual foi submetido depois de ter entrando em campo apenas uma vez.

Ney Franco é um desses técnicos que, em qualquer clube, com qualquer elenco, tenta fazer o time jogar exatamente dentro do seu estilo. A afirmação parece um tanto óbvia, mas não é. Porque são poucos os treinadores brasileiros que conseguem deixar sua marca registrada onde quer que passem.

E o Coritiba não tem mais tempo para experiências.

O tratamento dispensado a Rafhael Lucas só pode ser hipermetropia do treinador, pois só ele não consegue enxergar que o garoto ainda é o maior goleador desse time.

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