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Na euforia do privilégio de promover a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, o presidente Lula não se lembrou de que estava entrando em altas cavalarias e bancando um banquete caro. Muito caro para um país com infraestrutura bastante deficiente e múltiplas carências, logísticas e sociais.

A Fifa apresentou o seu caderno de encargos à CBF, a qual realizou a distribuição para as autoridades federais, estaduais e municipais interessadas em participar do banquete. Agora chegou a hora de pagar a conta, pois ao contrário das grandes festas, a conta da Copa do Mundo tem de ser paga antecipadamente, seja através das obras contratadas para o megaevento ou para o simples cumprimento do que foi combinado na aprovação dos itens do caderno.

No encontro desta semana em Bruxelas, da presidente Dilma Roussef com Jèrôme Valcke, valete de chambre de her Joseph Blatter, as conversas foram amenas e o governo brasileiro deu a entender que vai arcar com as consequências do acordo, para não atrapalhar o andamento dos preparativos para o Mundial.

A última notícia é de que a Fifa avisou que não vai pagar o prejuízo de US$ 100 milhões – cerca de R$ 180 milhões – pela concessão da meia-entrada para estudantes nos jogos do torneio.

Houve políticos e governantes que se manifestaram defendendo a utilização de dinheiro público para cobrir o déficit e manter o meio-ingresso. O assunto ainda vai render muito e no final acabará saindo do seu, do meu, do nosso bolso.

Atrapalhos

O Campeonato Brasileiro está pegando fogo e alguns dos principais jogadores estão fora da rodada de hoje por conta de dois desinteressantes amistosos da seleção.

O Fla-Flu, por exemplo, po­­de­­ria ser bem melhor se o Fla­­mengo pudesse contar com Ro­­naldinho Gaúcho e o Flumi­­nense com Fred. Mas eles estão à disposição do técnico Mano Menezes em suas experiências com a equipe nacional.

Como são jogos integrantes da chamada "data Fifa" ninguém estrila, pois os próprios dirigentes dos clubes sabem que eles são os grandes culpados pelos atrapalhos.

Se em vez de reelegerem sucessiva e incansavelmente Ricardo Teixeira na presidência da CBF ou de abaixarem a cabeça para os seus desígnios – como aconteceu com a extinção das copas Sul-Minas, Nordeste, Norte, Centro-Oeste e Rio-São Paulo para a volta dos deficitários e arrastados campeonatos estaduais – assumissem uma atitude adulta e corajosa, o calendário atenderia, primeiro, aos interesses dos clubes, depois da seleção.

Os grandes clubes europeus protestaram e, graças à intervenção do presidente Michel Platini, da Uefa, projeta-se a di­­mi­­nuição da tal "data Fifa" a cada nova temporada.

Por aqui, entretanto, nem a CBF e muito menos a Conmebol indicam comunhão de pensamentos para favorecer o calendário dos clubes.

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