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O mais maltratado técnico que já passou pelo futebol paranaense foi Givanildo. Jamais um profissional foi submetido a tantas situações embaraçosas e exposto publicamente de forma tão indelicada.

Perdeu jogos, ganhou jogos, deu declarações infelizes, arrependeu-se, chorou, sorriu, bateu de frente com o jogador Dagoberto e, no último ato, revelou a sua verdadeira face: a dignidade. Agiu como todo homem honrado – coisa rara, hoje em dia, no futebol brasileiro – agiria: não aceitou a imposição de escalar Dagoberto após todo o desgaste sofrido e pediu demissão.

Chegou Vadão para substituí-lo. Logo nos primeiros dias no CT do Caju, Vadão percebeu que o problema é bem mais grave do que apenas a reduzida capacidade técnica do elenco.

A crise avança pelo ambiente deteriorado na longa ausência de coordenação no departamento de futebol profissional do clube, passando pela crise com Dagoberto que refletiu em todo o elenco e o relacionamento estremecido pela falta de habilidade de alguns dirigentes e de sensibilidade humana de outros.

Basta observar o comportamento do atual time atleticano para constatar que se trata de um grupo tecnicamente modesto, com falhas em todos os setores – a reação do defensor no lance do primeiro gol do Vasco ao virar de costas e permitir que Moraes entrasse driblando pela grande área foi básica. Sem esquecer, é claro, do gol desperdiçado por Dênis Marques cara-a-cara com o goleiro – mas que apresenta espírito de luta.

Só que apenas vontade de acertar não basta para quem possui tamanha limitação técnica. A conclusão é que esse time do Atlético perdeu o caráter de vencedor.

A equipe aceita os reveses com naturalidade, pois intimamente os jogadores reconhecem as próprias restrições.

Para recuperar a personalidade será necessária a contratação de pelo menos três reforços de peso, daqueles que chegam para vestir a camisa titular e resolver o problema da posição, e um grande esforço, que envolve diretoria e profissionais, na busca da identidade do grupo e no estabelecimento de um objetivo a ser alcançado.

Ou seja, os jogadores necessitam receber a mensagem que traduz a política do clube para este momento difícil. Diálogo, muito diálogo, concomitantemente com as providências técnicas e táticas.

O Furacão precisa, pelo menos, resgatar a influência de jogar na Arena para tirar proveito do calor da torcida na pressão sobre os adversários.

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