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Sobre futebol, no Brasil, opinião todo mundo tem, e dá livremente; é uma das nossas melhores e mais divertidas formas de convívio humano, porque aproxima, aquece as relações entre as pessoas, mesmo através de divergências e brigas.

Na situação delicada em que se encontra o Atlético no campeonato, a sua torcida assumiu uma postura de completa doação para ajudar o time a fugir do rebaixamento. O clima de decisão foi instalado na cidade e os atleticanos esbanjam confiança na reação da equipe, domingo, na Arena da Baixada lotada.

Em poucas outras circunstâncias os brasileiros se mostram tão solidários, oferecem, revelam mais de si, de suas personalidades, temperamentos e valores, do que em um momento dramático vivido pelo seu time de coração. A união é maior no drama do que no triunfo.

No triunfo aparecem os construtores do sucesso, os donos da bola, e a vaidade pessoal fala mais alto do que o interesse coletivo; no drama, ninguém coloca a cabeça para fora e todos tratam de formar uma corrente positiva para tirar a equipe do buraco.

Todos sabem que o Atlético depende apenas de sua capacidade para reverter o processo, vencendo o Flamengo e mantendo-se na Primeira Divisão.

Acontece, porém, que o time tem sido muito irregular e mostrado deficiências em praticamente todos os setores. Para aumentar a angústia do torcedor, o meia Ferreira, autor de belo gol domingo, foi expulso e não jogará.

O que teria levado Ferreira a dar aquele carrinho absurdo em jogada no meio-de-campo? Adrenalina? Talvez. Os especialistas em reações humanas devem ter melhores explicações. E todas serão importantes no jogo em que só se vencerá com absoluta superação.

Sinais de decadência

A nossa editoria de esportes apresentou excelente matéria sobre o jogo que bateu todos os recordes de público na história do futebol paranaense: Atlético 2 x 0 Flamengo, com 67.391 pessoas no Alto da Glória.

Foi uma das semifinais do Campeonato Brasileiro de 1983, que, apesar da vitória, eliminou o Furacão pelo saldo de gols dos dois jogos.

Correndo os olhos pelas escalações das equipes, deu para observar sinais de decadência do atual futebol que se pratica em nosso país.

Roberto Costa, eleito o melhor jogador daquela temporada – bola de ouro –, defendia a meta do Atlético, enquanto Raul, um dos melhores goleiros de todos os tempos, defendia o Flamengo. Os laterais atleticanos eram muito eficientes: Sotter e Sérgio Moura. E os laterais Leandro e Júnior estavam entre os melhores do mundo, enquanto Adílio, Zico e Júlio César formavam sensacional meia-cancha.

O Atlético do meio para frente era uma maquininha de jogar bola: Detti, Assis e Nivaldo; Capitão, Washington e Abel.

Agora confiram as escalações dos dois rubro-negros para a partida do próximo domingo para notar a diferença.

carneironeto@gazetadopovo.com.br

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