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Desde sempre o futebol europeu foi mais organizado do que o sul-americano, tanto que outro dia fui procurado para falar sobre Yeso, o primeiro "pop star" internacional do nosso futebol, que brilhou nos campos franceses nos anos 1950.

O meia-direita Yeso Amalfi surgiu no São Paulo e, depois de passar pelo Boca Juniors e o Peñarol, embarcou em um navio para defender o Olympique, de Nice, onde se tornou famoso e ficou amigo do príncipe Rainier. Conta a lenda que durante as filmagens de O Ladrão de Casaca, de Alfred Hitchcock, com locações na Riviera Francesa, Yeso, um boêmio sedutor por natureza, apresentou o príncipe à atriz Grace Kelly, gerando um dos casamentos mais célebres do século passado.

Antes dele outros craques sul-americanos haviam sido contratados pelos milionários clubes europeus, como acontece até hoje. Tudo porque eles são mais profissionais, respeitam os contratos e administram o esporte com responsabilidade.

Aqui, lamentavelmente, os governos são frágeis, as políticas econômicas são mal conduzidas, as relações entre os políticos beiram a obscenidade, as obras públicas atrasam e, logicamente, o futebol também é mal tocado.

O problema tem sido a comparação desfavorável que o público faz entre o jogo que se pratica na Europa e aqui. Até parece outro esporte e a situação se agrava porque, em virtude do fuso horário, a televisão apresenta a beleza dos espetáculos europeus antes de o torcedor ser submetido à mediocridade dos campeonatos estaduais, nacionais e agora também da Libertadores, que tem mostrado jogos de uma pobreza técnica assustadora.

Quem viu, por exemplo, os clássicos europeus na terça-feira à tarde precisou de considerável dose de boa vontade para acompanhar os 90 minutos de The Strongest e Atlético. Pela forma errada como o treinador Miguel Ángel Portugal montou o time atleticano, atacando em vez de defender já que o empate servia e com lançamentos em profundidade para três atarantados atacantes, quando a recomendação era o toque curto para poupar energia, diminuir o espaço e inibir o ímpeto do adversário. A falta de atitude inteligente do treinador atrapalhou mais do que a altitude de La Paz.

Final festiva

Londrina e Maringá, que proporcionaram um espetáculo de rara beleza na primeira partida decisiva, com estádio lotado e jogo disputado com ardor, encerram o campeonato na tarde de hoje.

Espera-se uma final festiva, repetindo em Maringá a confraternização e a qualidade do jogo observado no Estádio do Café.

Talvez a excelência desses confrontos sensibilize os cartolas que organizam o calendário nacional a olhar com mais atenção e carinho para o interior, que tem um potencial inexplorado tanto no futebol quanto na parte de marketing das grandes empresas voltadas para o esporte.

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