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Desesperada por não ganhar nada há 14 anos, a seleção argentina foi com força máxima para a Copa América.

Desgastada após uma série de amistosos insossos e de apresentações medíocres, a seleção brasileira foi para a partida final com grande determinação e disposta a surpreender.

Eufórica com a campanha invicta, a torcida argentina preparou a festa com esmero. Bares e ruas de Buenos Aires foram enfeitadas para a comemoração.

Preocupada com a performance do time e com a possibilidade real e imediata de perder para a Argentina, a torcida brasileira foi arrebatada pela exibição espetacular e vibrou com a inesperada vitória, mas sem a intensidade dos títulos mundiais.

Os contrastes são flagrantes entre os dois países que mais produziram craques através dos tempos. Enquanto os argentinos sonhavam com a Copa América para fazer festa, os brasileiros aumentaram o grau de exigência e só se dispuseram a sair às ruas para comemorar a conquista dos campeonatos mundiais.

Até mesmo as goleadas sobre los hermanos tornaram-se rotineiras. Domingo, foi a terceira goleada consecutiva.

Antes adversários temíveis, os argentinos se transformaram em fregueses de caderno e isso deve doer, sobretudo para aqueles cronistas "portenhos" que insistem ironizar a superioridade do futebol brasileiro.

Por aqui, a discussão continua, pois Dunga ganhou fôlego e, cacifado pelo título, provocou os críticos que, na sua ótica, não passam de impuros com rancor.

Bobagem, já que as análises se basearam na produção do time e só mesmo na final, de forma desconcertante, foi que a seleção se encontrou em campo e fez por merecer o triunfo.

Mas os temas Kaká e Ronaldinho, jogar feio e ganhar ou jogar bonito e perder continuarão na pauta.

Aliás, é importante que Dunga tenha em mente que só duas vezes na vida a seleção jogou bonito e perdeu: nas copas de 1950 e 1982. Nos cinco títulos, ela sempre empolgou e só jogou feio e ganhou em 1994, tendo Dunga como capitão, símbolo da era que levou o seu nome, tendo Mauro Silva como companheiro de meia-cancha.

Na posição dele, em 1958 e 1962, o mundo aplaudiu a eficiência de Zito, com Didi ao seu lado; em 1970, prevaleceu a técnica de Clodoaldo, com Gérson ao lado e, em 2002, foi a habilidade de Gilberto Silva com Rivaldo como companheiro.

A meu juízo, a seleção brasileira não deve renegar a sua vocação de futebol-arte. Trata-se, apenas, de selecionar os melhores e dar padrão de jogo a equipe. Com todo respeito aos campeões, seria mais fácil vencer com Kaká do que com Elano; com Ronaldinho do que com Diego ou Julio Baptista. Claro, se Kaká e Ronaldinho estiverem com má vontade nas Eliminatórias, daí nem se discute a opção por jogadores de menor envergadura técnica, mas com desejo de defender a seleção.

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