Crise no ataque

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O crepúsculo da carreira de Ronaldo Fenômeno representa o fim de vinte anos de força ofensiva do futebol brasileiro no cenário internacional.

Foram dois títulos mundiais conquistados, um vice, diversas copas continentais e alguns outros torneios internacionais. Continua faltando apenas a medalha de ouro olímpica, tabu difícil de ser quebrado pelos mágicos brasileiros.

Foram duas décadas de muitas alegrias, período em que surgiram craques admirados como Ro­­mário, Rivaldo, Ronaldo, Ro­­nal­­dinho Gaúcho e Kaká, todos eleitos pela Fifa como melhores jogadores do mundo. Esperava-se mais de atacantes como Adriano e Robinho, porém eles acabaram não confirmando as expectativas e a seleção foi derrotada nas últimas Copas.

Enquanto aguardamos o amadurecimento de algumas revelações, com destaque ao controvertido Neymar, do Santos, a dura constatação é de que atravessamos um momento de crise no ata­­que. Não só pelo fracasso da equipe nacional na África do Sul, mas pela escassez de novos goleadores nos campeonatos em andamento.

A realidade é tão dura que entre os jogadores escolhidos pela Fifa para concorrer ao prêmio de melhor do mundo o futebol brasileiro será representado pelo goleiro Júlio César e pelos alas Maicon e Daniel Alves. Nada de atacantes, simplesmente porque nenhum deles conseguiu se destacar a ponto de merecer a lembrança.

Liderança

Com segura vantagem sobre o América Mineiro, segundo colocado, o Coritiba entra em campo para tentar manter a liderança da Série B.

O São Caetano, adversário de hoje, encontra-se no bloco intermediário e aparentemente não deve oferecer maiores resistências ao Coxa que tem sido muito eficiente como equipe visitante.

Não vi neste campeonato nenhum time tão bem armado como o do Coritiba, daí a sua dianteira e a classificação muito próxima.

O técnico Ney Franco conseguiu harmonizar o sistema de­­fensivo de forma a permitir que os alas se desenvolvessem me­­lhor, tanto que todos cresceram de produção nas últimas rodadas. Para isso foi muito importante a contratação de Leo Gago, que se encaixou perfeitamente ao lado de Leandro Donizete dando mais liberdade aos meias na aproximação com os atacantes.

Tendo Leonardo como referência, o ataque coxa-branca vem correspondendo e a esperança da torcida é que novos gols sejam marcados no interior paulista.

Outro aspecto que deve ser levado em consideração é o espírito da equipe que, em vez de realizar campanha de manutenção para não correr nenhum tipo de risco, tem procurado o gol com obstinação submetendo, na maioria dos jogos, os adversários aos seus desígnios.