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O show de Rod Stewart tirou o Atlético da Arena da Baixada e ele foi derrotado pelo Grêmio. Três dias depois, no mesmo estádio, nova derrota para o Coritiba. Só que no clássico o time conseguiu apresentar alguma organização coletiva, algo que inexistiu nas péssimas apresentações frente ao Vasco e ao Grêmio.

Bastou Milton Mendes escalar o time com coerência – o equívoco foi insistir com Otávio, disparado o melhor jogador do elenco, praticamente no mesmo espaço do esforçado Deivid, deixando de escalar Hernani, correto meia de ligação – para que situações reais de gol fossem criadas.

A chance desperdiçada por Walter e a bola chutada por Ewandro na trave poderiam ter mudado a história do jogo. Além, é claro, se Sua Senhoria tivesse apitado a penalidade máxima cometida por Negueba.

Isso, entretanto, não diminui o mérito do Coritiba na vitória que coroou uma semana perfeita dos comandados de Ney Franco. A cada novo Atletiba fico mais convencido de que o trabalho psicológico sobre os jogadores do Coxa é bem mais eficiente do que o exercido sobre os atleticanos. O espírito de luta coxa-branca faz a diferença no clássico, daí a indiscutível vantagem nos resultados. O Furacão só consegue ganhar do Coxa quando o seu time está sobrando na parte técnica. O que, definitivamente, não é o caso atual.

Pelo menos, os poucos melhores momentos do time deram um alento ao torcedor que conta com a volta para o futuro, desde que Milton Mendes deixe de inventar. Mantendo os fundamentos que transformaram a formação mambembe do Torneio da Morte em candidato às primeiras colocações no Brasileiro é possível que a volta para casa ofereça futuro mais tranquilo.

Será uma semana decisiva para o treinador e para o próprio Atlético: se vencer o Brasília, nesta quarta-feira (23), pela Sul-Americana, e a Ponte Preta, domingo, pelo Brasileiro, a torcida voltará às boas. Porém, qualquer tropeço poderá significar mudanças radicais.

É importante o profissional de imprensa observar o panorama geral na análise que faz, reconhecendo erros e defeitos. Jogo a jogo qualquer comentarista enxerga o plano tático, as substituições, enfim, o conjunto que determina se uma equipe reúne condições de vencer ou não.

Mas examinar tudo o que está embutido na filosofia de um clube de futebol exige mais atenção e maior experiência no ramo.

Milton Mendes possui características que o tornam especial. Diferente da maioria que se apresenta com ares professorais, Mendes é simples, simpático e, em algumas situações, até mesmo engraçado.

Ele só precisa entender que o Atlético é um clube que não ganha nada há seis anos e o torcedor anda com o senso de humor no limite.

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