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Durante o jantar de uma confraria que reúne amigos ligados ao futebol entre cronistas, ex-dirigentes, conselheiros dos clubes ou simples torcedores, ouvi de um apaixonado coxa-branca: "Gostaria de ter o Petraglia como presidente do Coritiba". Na outra ponta da mesa um ferrenho atleticano respondeu: "Não vejo a hora de o Atlético ficar livre do Petraglia".

Os sentimentos provocados pelo dirigente, que já gravou o seu nome na eternidade do clube, dividem as opiniões. A maioria absoluta reconhece a sua capacidade e o seu valor como dirigente empreendedor e realizador, tanto que mesmo torcedores que se identificam com outros times manifestam respeito e admiração pelo que realizou nos últimos anos.

Entretanto, milhares de atleticanos reprovam a maneira emocional com que ele se apresenta publicamente e, sobretudo, pelos equívocos cometidos na gestão do futebol. Há tempos o Furacão não conquista um título e o dirigente insiste em menosprezar o Estadual ao mesmo tempo em que enfraqueceu o time titular para a Libertadores com a perda do técnico Vagner Mancini e de jogadores que brilharam na campanha do ano passado.

A personalidade de Mario Celso Petraglia merece uma análise mais apurada, afinal se transformou no mais importante dirigente do futebol paranaense em todos os tempos e é a ele que vai todo o amor da torcida atleticana, mas é contra ele que se concentra toda a ira de muitos.

Como é um homem excessivamente obstinado e criativo, parece encarar a realização futebolística como um dilema existencial permanente, assinalando a sua passagem pelo clube por profundas transformações estruturais e conceituais; grandes realizações patrimoniais, modernização gerencial e mercadológica, avanços esportivos e um exercício diário de administrar crises com confrontos em todas as direções.

Ora o rompimento com a imprensa, com a Federação, com os coirmãos, com os arquitetos e engenheiros da monumental obra da segunda Arena da Baixada em menos de 15 anos e, ultimamente, com a própria torcida que é, em última análise, a razão da existência da instituição.

Sofrendo de atroz vaidade pessoal ele não aceita o contraditório e perde o controle quando contestado, parecendo sentir-se vítima da incompreensão, da maldade humana e do cruel destino. Os outros são os culpados de todos os males que o afligem.

Amado incondicionalmente por todas as realizações e o gigantismo em que transformou o Atlético, ao mesmo tempo consegue se destemperar e bater boca com torcedores que foram ao estádio apenas para ver o time ganhar e exteriorizaram os seus sentimentos com a derrota em casa.

Tudo por capricho pessoal, pois qualquer um sabe que o torcedor não quer ver o seu time perder e rejeita essa política de não colocar jogadores mais experientes para lutar pelo título estadual.

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