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Os campeonatos estaduais insistem, subsistem e persistem, mesmo desgastados e praticamente sem nenhum impacto comercial, esportivo ou mesmo como laboratório para as competições mais importantes.

Até alguns anos atrás fui um entusiasta dos campeonatos regionais por razões sentimentais, a começar pelo Paranaense, que remetia os torcedores às antigas refregas. Pequenos estádios nos bairros do Taboão, com o Primavera; do Cristo Rei, com o Bloco Morgenau; do Guabirotuba, com o Britânia; do Tarumã, com o Palestra Itália; e da Água Verde com o time que também atendia pelo apelido de "Esquadra hidro-esmeraldina".

A antiga Baixada, do Atlético; o vetusto Durival Britto e Silva, do Ferroviário depois Colorado e finalmente Paraná Clube; o Alto da Glória, que se transformou em autêntico relicário da história centenária do Coritiba, completavam as nossas alegres tardes de domingo.

Mas tinha mais: a dupla Ope-Gua, em Ponta Grossa – o famoso clássico Operário e Guarani; Rio Branco e Seleto, em Paranaguá; Iraty e Olímpico, em Irati; Grêmio Oeste, Batel e Guarapuava, agitando a torcida guarapuavana; Caramuru, de Castro e o Iguaçu, de União da Vitória.

A partir de 1966 o campeonato foi unificado com a classificação de seis times do Sul e seis times do Norte, aumentando o grau de competitividade ao mesmo tempo em que iniciava o fim de histórias gloriosas dos pequenos clubes da capital e alguns outros do interior.

Grêmio Maringá, Londrina, Apucarana, Arapongas, União Bandeirante, Matsubara e outros passaram a fazer parte do nosso cotidiano futebolístico, logo alcançando outra próspera região com Cascavel, Toledo, Pato Branco, Francisco Beltrão e Foz do Iguaçu.

Mas com a integração dos nossos principais times nos campeonatos nacionais, com incursões por competições internacionais, tudo mudou. O Campeonato Paranaense e todos os demais regionais não se justificam mais. Não há nenhum motivo para que perdurem, sobretudo porque não representam mais nada para o torcedor. Um jogo aqui e outro ali terá alguma repercussão, principalmente o Atletiba, se for disputado com as escalações principais. Mas a maioria das partidas manterá a torcida em completa indiferença.

O Estadual deveria ser disputado apenas entre os clubes do interior, garantindo-lhes um calendário anual completo, pois os grandes da capital só tem cabeça para Copa do Brasil, Sul-Americana, Brasileiro e, por que não, Libertadores da América.

O Estadual deveria mudar o formato por uma questão de dignidade. Esse velho torneio já foi grande, empolgante, vital. Era tudo o que tínhamos naqueles tempos românticos do futebol paranaense.

Ele não merece agonizar ingloriamente ano a ano.

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