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No tempo em que os bichos falavam os dirigentes mantinham relações cordiais e civilizadas com repórteres e jornalistas. No que me concerne, posso afirmar que jamais enfrentei qualquer tipo de problema até chegar à idade das trevas dos últimos anos.

Privei da amizade de muitos e recordo que era comum na semana de clássico receber pedidos para promover a partida e motivar as torcidas através de desafios, sorteios de prêmios, ingressos, etc.

A renda do jogo significava a maior fonte de receita dos clubes, vindo a seguir a verba da loteria esportiva e eventualmente a venda do passe de algum jogador.

Com os milhões despejados pela televisão, pelos anunciantes, pelos quadros associativos e grandes negociações de jogadores, os cartolas tornaram-se prepotentes.

Muitos comentaristas anestesiaram o espírito crítico para evitar incômodos, como a proibição de entrar no estádio por exemplo. Hoje em dia qualquer exercício crítico é considerado ataque pessoal.

O Atletiba começou bem antes do dia marcado. Começou com as frustradas tratativas para a mudança da data, proposta pelo Atlético para conciliar o maior clássico estadual com o show de Andrea Bocelli.

Nada contra faturar com grandes espetáculos, afinal a arena coberta foi construída para isso mesmo. Porém, recomendava-se mais atenção e cuidado com os direitos dos associados e, sobretudo, com a paixão dos torcedores que sofrem e vibram com o Furacão há 94 anos.

Na luta por uma vaga na Libertadores, soa surpreendente que a diretoria atleticana tenha corrido o risco de sair da Arena com gramado sintético para enfrentar o seu maior rival em campo neutro.

Os dirigentes poderiam ter evitado o desgaste perante os sócios com melhor planejamento estratégico na área de eventos, sem prejudicar o futebol que é, em última análise, a razão de ser do clube.

Por isso aumentou a carga emocional sobre o time de Paulo Autuori que, antes do clássico, pegará o Grêmio, em Porto Alegre.

Mais tranquila será a tarefa do Coritiba que recebe o Figueirense para domingo deslocar-se até a Vila Capanema.

Operário

Ponta Grossa viveu um domingo de festa com o Operário conquistando a Taça Edgar Felipe, homenagem ao famoso narrador esportivo recentemente falecido.

Foi uma competição organizada de forma inteligente pela Federação Paranaense de Futebol: movimentou os clubes sem calendário completo e todos jogaram com suas equipes sub-23.

O Fantasma venceu o Andraus, de Campo Largo, por 1 a 0 na final realizada em Vila Oficinas com a presença de bom público.

Com o título ele ganhou uma vaga na série D do Brasileiro do próximo ano.

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