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Observando o profissionalismo da Fifa na organização do negócio chamado "Copa do Mundo" e o amadorismo dos governantes na maioria das obras públicas em andamento, chegamos à triste conclusão de que, efetivamente, o Brasil não está preparado para um evento deste porte. E muito menos para os Jogos Olímpicos daqui a dois anos.

É muita coisa errada acontecendo ao mesmo tempo, obras atrasadas e com todas as previsões orçamentárias estouradas, com o descontentamento da população mais esclarecida, que simplesmente não consegue assimilar a opção de investir bilhões na construção de estádios de futebol em vez de resolver de uma vez por todas os graves problemas da infraestrutura nacional.

No lugar de estádios em Manaus, Cuiabá e Brasília, por exemplo, a quadruplicação da rodovia Régis Bittencourt, o gargalo que emperra diariamente o transporte das regiões mais desenvolvidas do país; ou a construção de ferrovias e portos para escoar a safra agrícola, o maior suporte da balança comercial. Mesmo preocupada com os problemas encontrados e sabendo das dificuldades que terá durante o Mundial, a Fifa segue em frente com o seu calendário, encerrando o seminário técnico, em Florianópolis, e partindo para as Fan Fests. Realizadas durante a Copa de 2006, na Alemanha, elas fizeram grande sucesso e servem como ferramentas de marketing para reforçar o contato dos patrocinadores com os consumidores, em clima leve e descontraído.

Esse ambiente pesado que se observa no Brasil é consequên­cia da falta de postura da maioria dos governantes e da queda vertical no padrão moral e intelectual dos políticos. Com tantos escândalos, ofensas e mau comportamento de quem deveria distribuir exemplos, criou-se uma nuvem carregada sobre a população, que parece ter perdido a graça por atividades culturais e artísticas do tipo Fifa Fan Fests. Dá a impressão de que, com essa cascata de violência e más notícias, o brasileiro deixou de ser cordial.

Mas a Copa está aí, é uma realidade, e o país pentacampeão mundial tem a obrigação de receber os visitantes com simpatia, respeito e consideração. Os outros países não têm nada a ver com as nossas mazelas. Tudo isso é profundamente lamentável, mas é a dura realidade do momento e temos de encará-la com a disposição de lutar por melhores dias sem perder a compostura. E, sobretudo, o prazer de torcer pela seleção brasileira.

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Efabulativo: Em um desses encontros em tempos de férias que reúnem craques para jogos beneficentes, tipo Amigos de Ronaldo versus Amigos de Messi, Vampeta convidou Rodolfo, um jogador que não chegou a brilhar na carreira, para jogar no time do Fenômeno. Nem bem começou a brincadeira e Rodolfo deu um carrinho por trás no argentino Messi. Vampeta berrou:

— Ô meu irmão, calma. Você vai na Disney e quer matar o Mickey!?

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