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Começou com brigas entre as torcidas organizadas nos estádios em dias de Atletiba.

Depois, com o reforço e o treinamento adequado do policiamento, diminuiu a violência nos estádios e em suas cercanias.

Agora, quando se observou tranquilidade no último clássico, dentro do Alto da Glória e nas ruas próximas, a violência explodiu em vários pontos da cidade.

É sinal de que a situação está ficando fora de controle, pois nos morros do Rio de Janeiro ela também começou devagarzinho, até tomar conta de tudo. A cidade vive o clima diário de guerra civil.

Em Curitiba, é assustador o aumento da criminalidade, sobretudo nos finais de semana, quando se registram índices comparáveis aos de Rio de Janeiro ou São Paulo.

O Atletiba foi apenas o estopim para explodir a violência nas ruas e nos terminais, com a quebradeira de dezenas de ônibus e a morte de um torcedor atleticano.

Como foi proibida a venda de bebidas alcoólicas nos estádios, os vândalos bebem nos bares e ficam de tocaia depois do jogo, atacando quem passa com a camisa do time adversário.

Ninguém mais tem respeito pelo semelhante e instalou-se um clima de absoluta insegurança na sociedade brasileira. Uma simples discussão de trânsito pode se transformar em tragédia. É tão grave quanto a ação dos comandantes do crime organizado, que orientam os seus soldados de dentro da prisão.

Assim, valores que funcionavam como referências da conduta pessoal estão sendo destroçados, ao mesmo tempo em que não se observa uma reação das autoridades e da própria população à altura da gravidade do momento.

A simplificação é um clima, um "espírito do tempo", não apenas lúdico, mas cada vez mais cínico de que as coisas vão melhorar. Mentira. Se os governantes não tomarem medidas sérias e urgentes e o povo não reagir, os bandidos ocuparão os espaços dos cidadãos honrados.

Tão grave quanto a violência que vemos nas ruas das grandes cidades é o fato de o povo não acreditar na capacidade do Exe­­cutivo e não levar a sério os parlamentares.

O que se observa é um estado de apoplexia da população, pois as leis não bastam para conter a criminalidade. Preocupante é o fato de diversos políticos serem vistos pelo povo nada mais do que membros da tripulação do navio do Capitão Gancho. As instituições chegaram ao grau máximo de desgaste e não adianta achar que isso se deve simplesmente a um acidente momentâneo de percurso.

Se providências efetivas não forem tomadas para acabar com o tráfico de drogas e com a venda de bebidas para menores, vamos acabar ficando com saudade dos tempos em que as brigas do futebol se restringiam aos confrontos entre as torcidas organizadas dentro dos estádios.

O país será palco de uma Copa do Mundo e de uma Olimpíada e o conformismo, definitivamente, não é o melhor caminho para resgatar a segurança da população nas grandes cidades.

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