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Na metade do Campeonato Brasileiro, quase duas dúzias de técnicos foram trocados e muitos clubes ainda não se ajustaram.

Os casos mais salientes são Palmeiras, Flamengo e Atlético Mineiro. Três grandes times que simplesmente não se encontram em campo.

O Flamengo, para quem esqueceu, é o atual campeão nacional e nem a contratação de Zico como supervisor está dando resultado.

O Atlético-MG, mesmo com Luxemburgo no comando e muitas contratações, não consegue engrenar. Está se enterrando cada vez mais. O Palmeiras, depois de tentar melhorar com Luxemburgo e Muricy, trouxe Felipão e até agora nada. O próprio técnico pentacampeão mundial anda preocupado com o baixo rendimento dos jogadores, alguns dos quais acusou de desinteresse e pouco profissionalismo.

Jogador de futebol é movido a dinheiro. Eis aí uma das muitas tolices em que são pródigos os dirigentes. Sempre que algum profissional, no estrito exercício de sua atividade, reclama de salário atrasado ou prêmio prometido e não pago, é acusado de mercenário. Pelo mesmo esquema de raciocínio, o jogador poderia acusar o dirigente de argentário. É questão de ponto de vista.

O que falta a alguns times, como os ilustres citados acima e alguns outros? Não é dinheiro, já que mesmo devendo bastante os dirigentes continuam gastando. É a alma, que falta. Compra-se um craque, mas não se aluga o talento desse craque. Há alguma coisa a mais do que o esforço do músculo e do que a avidez do bolso.

Não é só dinheiro que resolve. O problema é a cabeça do jogador. Tudo é muito e tudo é pouco, conforme a ambição que cada qual tenha dentro de si.

Neymar é o maior exemplo de que nem tudo é dinheiro. Ele continua ganhando uma fortuna no Santos, mesmo desprezando muito mais no Chelsea, entretanto continua jogando entre amigos e consciente de que na hora certa fará o grande contrato internacional. O problema é a cabeça de muitos jogadores.

Não adianta sonhar com ‘marias chuteiras’ lindas, mansões de luxo e carros de alta sofisticação. O bom jogador só será grande quando ajudar o futebol brasileiro a ser novamente grande. Para isso, necessita se compenetrar de suas responsabilidades.

Após os últimos fracassos em Copa do Mundo, a valorização in­­dividual do jogador só terá dimensão maior na medida em que o fu­­tebol do nosso país volte a ser valorizado. Para que haja valorização do todo e do indivíduo, em um processo integrado, os clubes estão obrigados a repensar o futebol como um acontecimento coletivo – obra de um, construção de todos. Enquanto estivermos sonhando como milionários, mas nos comportando como pobres, ficaremos sonhando com mansões, mas a viver em casebres.

O jogador brasileiro tem de fazer o seu time vencedor, depois a seleção e, consagrado, a sua plena realização pessoal e profissional.

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