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O preocupante baixo nível técnico das arbitragens no Campeonato Brasi­­lei­­ro tem provocado ira nos torcedores, contrariedade en­­tre os profissionais e uma en­­xurrada de reclamações junto ao órgão competente na CBF.

Só que a entidade que organiza e explora o grande evento só tem mostrado olhos, ouvidos e bocas para a Copa do Mundo de 2014. Não se fala de outra coisa na CBF que, em relação aos acontecimentos nacionais, parece ter optado pela estratégia do avestruz, enfiando a cabeça num buraco, supondo que assim se livrará do incômodo de administrar o maior campeonato do país.

O árbitro baiano do jogo de quarta-feira, por exemplo, de­­monstrou ter sentido a pressão dos dois cardeais em campo: Ro­­naldo e Roberto Carlos. Enquanto os campeões mundiais e ídolos incontestáveis estiveram em ação o apitador revelou certo desconforto na administração das reclamações, sem esquecer do pênalti assinalado a favor do Corinthians, no qual o ala Wag­­ner Diniz foi surpreendido pelo efeito da bola que subiu tocando no seu braço sem nenhuma in­­tenção de cometer a infração. Foi o velho e clássico "bola na mão", em vez de "mão na bola".

Mais tarde compensou o erro dando um pênalti também inexistente a favor do Atlético, curio­­samente com a participação do mesmo Wagner Diniz, que, teatralmente, jogou-se em busca da pena máxima.

Mas o juiz do último jogo não representou nenhuma exceção e, sim, de forma lamentável sob todos os aspectos, a regra geral do atual certame.

Os bandeirinhas equivocam-se a torto e a direito na marcação de impedimentos e os árbitros erram à vontade na interpretação das regras do jogo. É um dado concreto que a televisão tem mostrado exaustivamente na análise dos juízes ou árbitros – e temo que eles não sejam uma coisa nem outra –, que pode servir de estímulo para a insatisfação dos jogadores e dos torcedores, aumentando a violência dentro e fora do campo.

Se os dirigentes da CBF não sabem, convém alertá-los. As mesmas pessoas que vão aos estádios, para assistir, teoricamente, a um espetáculo de futebol, chegam lá carregadas de expectativas, de sonhos e, também, de frus­­­trações. São ideais adiados, planos não concretizados, salários amesquinhados. Na medida em que eles buscam uma diversão, se deparam com mais uma decepção e o que estava contido explode em violência.

Não estou tentando justificar a irracionalidade da massa que, aliás, comportou-se exemplarmente na Arena da Baixada, mesmo com a praça lotada e com os nervos naturalmente à flor da pele. Estou apenas chamando a atenção das autoridades esportivas e dos dirigentes para evitar que as más arbitragens, que influem diretamente no resultado das partidas, provoquem a insurreição das massas torcedoras.

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