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Se a torcida do Atlético perde o fôlego com as jogadas de Dagoberto, Evandro, Schumacher e outros garotos que saíram das categorias de base, a torcida do Coritiba andava com saudades dos seus ídolos desde que Rafinha e Miranda foram embora.

Assistindo aos jogos do Coxa na Copa São Paulo de Juniores, senti que ali estava um time repleto de jogadores bem dotados tecnicamente e com consistência tática, graças à percepção de Edson Borges, que um dia também foi prata da casa.

Cauteloso – para não dizer medroso –, como a maioria dos técnicos, Márcio Araújo resistiu algumas semanas antes de lançar, definitivamente, na equipe principal Renan, Keirrison e Pedro Ken. Não esquecendo que o artilheiro Keirrison só começou jogando porque Jéferson machucou-se. Pois o menino entrou, sentiu o calor da torcida e em meia hora de jogo marcou o gol que abriu o caminho da vitória coxa-branca.

É muito melhor apostar na garotada do que ficar insistindo com novos "pangarés" que chegaram nesta temporada.

Craque é assim mesmo. Keirrison fez lembrar Kruger, que está completando 40 anos de serviços prestados ao Coritiba.

Recordo-me da sua estréia, num torneio de verão no início de 1966, contra o Grêmio Portoalegrense. hexacampeão gaúcho, na época o Grêmio era sinônimo de super-time com dois paranaenses – o goleiro Arlindo, do Operário de Ponta Grossa e o lateral direito Altemir, do Atlético –, o gigante Airton na zaga e o goleador Alcindo no ataque.

O alemãozinho vestiu a camisa 9, começou a tabelar com os companheiros, deu uns dois ou três dribles secos em Airton e foi logo marcando o seu primeiro gol diante da torcida no Alto da Glória. O Coritiba ganhou o jogo, porém o campeão do torneio foi o Água Verde. Mas Kruger ficou para sempre no coração de todos os coritibanos.

Agora o returno

Por enquanto o interior vai dando as cartas no campeonato, com o Cianorte e o Rio Branco nas primeiras posições do grupo A e Londrina e Adap nas primeiras do grupo B.

Mas a capital começou a reagir, tanto que Atlético e Paraná estão em terceiro nos seus respectivos grupos.

Amanhã a bola corre pelo returno e, finalmente, as atrações começam a aparecer: no Paraná, o entrosamento, a estupenda forma do goleiro Flávio e o novo ídolo Beto, graças ao golaço de bicicleta; no Coritiba, Keirrison, que não pode mais sair do time, e sua corte; no Atlético, a estréia oficial do técnico Lothar Matthäus e o provável retorno do irrequieto Dagoberto.

Não é pouco para um campeonato que vem se arrastando com os estádios vazios e pouca repercussão nas principais redes de televisão do país.

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