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O futebol sul-americano tem conseguido superar-se nos últimos anos, pois mesmo com o impressionante êxodo de jogadores, alcança resultados satisfatórios nos confrontos com os gigantes europeus nas finais interclubes no Japão.

O futebol brasileiro, em particular, transformou-se em caso raro de obstinação ao decidir duas taças Libertadores consecutivas – 2005 entre Atlético Paranaense e São Paulo e 2006 entre São Paulo e Internacional – e só não emplacou a deste ano por mudança do regulamento que impede o cruzamento de duas equipes do mesmo país nas finais.

Tão importante quanto as conquistas continentais foram as vitórias obtidas por São Paulo e Internacional contra os multimilionários Liverpool e Barcelona, respectivamente. Desta feita, o riquíssimo Milan aguarda o vencedor de Grêmio e Boca Juniors, legítimos representantes da superação do futebol sul-americano.

Curiosamente, ao mesmo tempo em que demonstra essa saudável capacidade de reciclagem internacional, o futebol brasileiro não dispõe, verdadeiramente, de um grande time no momento.

Por mais generosos que possamos ser, torna-se difícil destacar uma equipe que preencha os mínimos requisitos para ser timbrada de grande.

O Botafogo tem apresentado bonito futebol, entretanto nem ele conseguiu ganhar os títulos que disputou recentemente, da mesma forma que o Santos deve perder o vigor com a ausência de Zé Roberto. O Internacional ainda não se repetiu após o triunfo no Japão, do mesmo jeito que o São Paulo tem patinado com as mudanças verificadas em seu elenco. O Grêmio é uma novidade, representando a garra de um time que saiu das profundezas da Segunda Divisão para as finais da Taça Libertadores da América.

Trata-se, porém, de um time guerreiro, mas despido de técnica refinada. Pode até reverter o placar contra o Boca Juniors, mas será tudo na base da garra e da aplicação.

Diante disso, há tempos não tínhamos um Campeonato Brasileiro tão equilibrado e sem qualquer favorito ao título.

Chegamos à sexta rodada com todos os participantes amontoados em autêntico pau de sebo. Todos são candidatos ao título e todos correm o risco do rebaixamento.

Com o passar dos jogos e das rodadas talvez consigamos identificar diferenças entre semelhantes. Por enquanto está difícil enxergar, a olho nu, algum time mais qualificado que os demais e seguem em blocos ainda indefinidos entre aqueles com chance de ficar com o título e as vagas dos torneios continentais e aqueles que apenas lutam contra o fantasma do rebaixamento.

Por essas características especiais o Campeonato Brasileiro deste ano tem sido interessante, mesmo em nome de uma técnica inferior, mas com profusão de gols, muitos erros de arbitragem e, sobretudo, rigoroso equilíbrio de forças. Uma igualdade rara em qualquer dos principais campeonatos do planeta.

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