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A torcida atleticana anda satisfeita com os últimos resultados, mas contém a euforia, pois está vacinada depois de tantos anos de mau futebol e títulos perdidos para o maior rival. Mas certamente desafiará o frio e o horário inadequado do jogo para incentivar os jogadores em mais um desafio.

Se conseguir mostrar mais do mesmo, repetindo a atuação perfeita ao derrotar o Botafogo com autoridade, o Furacão conseguirá seguir em frente na Copa do Brasil. Só que algumas coisas devem ser levadas em consideração, começando pelas diferenças entre os atuais times do Botafogo e do Palmeiras. Sob a regência do maestro Seedorf, a equipe carioca está mais confiante e com futebol de maior riqueza técnica do que o time dirigido pelo paranaense Gílson Kleina. Porém, o Palmeiras não cede os espaços oferecidos pelo Botafogo e joga com muita garra. Com espírito de Série B e reconhecendo as suas limitações técnicas, o adversário de hoje é, no dizer do supervisor Antonio Lopes, "mais cascudo". Ou, por outra, mais difícil de ser vencido, até porque jogará com a vantagem do empate.

Diante disso cabe ao Atlético assumir riscos, tentar impor o ritmo, buscar o gol obstinadamente e, sobretudo, tirar proveito da vantagem física que adquiriu sobre todos os adversários nos 45 minutos finais.

Como foi o único clube da Série A que, mesmo a contragosto da torcida, abdicou da disputa do campeonato estadual com a sua formação principal, o Atlético realizou extensa pré-temporada e agora tem sobrado fisicamente na parte final da maioria dos jogos.

Foi uma opção altamente discutível da diretoria; afinal, os torcedores gostariam de ver o seu time campeão paranaense e os pontos perdidos nas primeiras rodadas do Brasileiro – pela falta de jogos e o natural desentrosamento do grupo – estão refletidos na classificação.

Como foi derrotado no Pacaembu pela inabilidade dos atacantes nas finalizações, espera-se ampla recuperação de todos, logo mais, na Vila.

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Efabulativo: No período dos governos militares foi comum a nomeação de interventores em vez de prefeitos em cidades estratégicas, como Foz do Iguaçu e Paranaguá, por exemplo.

Por isso, na partida final do campeonato de 1970, quando o Atlético sagrou-se campeão ao golear o Seleto por 4 a 1, em Paranaguá, o general interventor da cidade entrou em campo antes do jogo para dar o pontapé inicial. Ele foi acompanhado pelo presidente atleticano – coronel-médico Rubens Passerino Moura, eleito democraticamente – e se disse fã do antológico Djalma Santos, capitão do Furacão. Aproximando-se do bicampeão mundial, o general cumprimentou-o efusivamente e perguntou a idade do grande ídolo. Djalma Santos passou a mão no queixo e respondeu: "Olha general, francamente, não me lembro. Mas só de minuto de silêncio tenho mais de 30 horas..."

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