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Se levarmos em conta a narrativa bíblica na “Genesis”, a mentira nasceu com o primeiro casal que veio a ser chamado de Adão e Eva.

A mulher – instada pela serpente, que disse que ela seria igual a Deus se comesse a maçã – partilhou a fruta com o companheiro.

Interrogada por Deus – ainda segundo o relato bíblico – disse que a serpente a enganou.

A mentira surtira efeito, despertando a vaidade humana, pela primeira vez.

De lá para cá, e põe cá nisso, a humanidade mente em todos os tempos e lugares.

Mas há alguns princípios éticos que limitam a mentira e que a classificam segundo seus objetivos e suas consequências.

Mentem o político, o administrador público, o comerciante, o homem do povo em geral.

Alguns mentem diretamente, outros disfarçadamente.

Uns displicente ou vaidosamente, como os pescadores e caçadores. Eles chegam a arquitetar estórias fantásticas e a comprar peixes e outros animais para não desapontar os parentes e os amigos, pois estes os aguardam depois de dias e dias de aventuras no mar, no rio, na mata ou no campo.

Isso, se a caça ou a pescaria não escondem outras estórias com mentiras dobradas e até com efeitos especiais.

Hippolyte Taine, crítico e historiador francês do século 19, arriscou uma estatística, quando registrou que em Paris, diariamente, o cidadão honesto mente dez vezes, a mulher vinte, o homem público cem, e a mulher pública um número incalculável.

Nessa última observação algo a ver com fatos ocorridos na política brasileira dos nossos dias, mas que talvez não passem de mera coincidência.

Modernamente há os que “enganam o estômago” para manter a forma, por vaidade ou necessidade.

No futebol, a exemplo de todos os segmentos, há os dirigentes que se enganam a si próprios, num exercício de automentira, mentindo a si mesmo.

Prometem soluções mirabolantes para os clubes ou a formação de equipes imbatíveis para sensibilizar os torcedores.

Hoje em dia está na moda fidelizar a clientela.

No caso do futebol, o plano é conquistar maior número de associados.

Entretanto, os próprios dirigentes sabem que o torcedor só se sentirá motivado a retornar aos estádios quando os times melhorarem tecnicamente e se tornarem efetivamente competitivos.

Esse negócio de disputar o principal campeonato nacional apenas para não ser rebaixado esgotou a paciência até do mais apaixonado e fiel aficionado.

A formação de elencos fracos são mentirinhas veniais, reconhece-se, mas que mantém clubes com potencial de expansão social, como a dupla Atletiba, por exemplo, em permanente estágio de letargia.

O Atlético chega a jogar com apenas a metade do seu quadro associativo oficial marcando presença na Arena da Baixada.

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