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Se na Europa e em países como Argentina e Chile, os jogadores de futebol são alfabetizados e concluem pelo menos o ensino médio, aqui no Brasil os índices educacionais são desastrosos.

Se as faculdades despejam anualmente milhares de advogados, médicos, engenheiros... despreparados para a profissão, dá para imaginar o nível da instrução fundamental.

Os jogadores de futebol fazem parte do núcleo de pessoas intelectualmente despreparadas e, nos últimos anos, eles têm dado muita bola fora.

A meteórica passagem da vida pobre na infância para uma nova realidade, feita de prazeres milionários e sem limites, onde todos fazem corte aos reis da bola, ou aos reis das noitadas, tem mostrado a dificuldade que eles encontram para usufruir a fortuna com postura de ídolo e comportamento profissional.

Num dia, são jovens que passam fome em categorias de base, enfrentando privações na esperança de um lugar num grande clube; no outro, adultos para os quais a sorte brilhou, descortinando um mundo maravilhoso de carrões, mulheres lindíssimas e muito, muito dinheiro.

Esse jato social, porém, está sujeito a turbulências, principalmente no campo emocional.

O caso do goleiro Bruno foi emblemático, pois a fantasia to­­mou conta da realidade e encerrou prematuramente uma carreira promissora.

Desde os tempos dos grandes ídolos Garrincha e Canhoteiro (morreram vítimas do alcoolismo), passando pelo encrenqueiro Almir Pernambuquinho (assassinado em um bar na praia de Copacabana), até o famoso Edmundo (ganhou o apelido de Animal e foi condenado por ho­­micídio culposo e lesão corporal), os craques dão sinais de de­­sajuste social.

Ronaldo Fenômeno, Adriano e Ronaldinho Gaúcho, cada um a seu modo, ganharam as manchetes por atitudes fora dos gramados e proporcionaram boas dores de cabeça aos seus clubes.

Vivendo num verdadeiro mundo da fantasia, Ronaldinho Gaúcho, escoltado pelo irmão-agente Assis, passou as últimas semanas no eixo Rio-Florianó­­polis, em meio a shows, bares, baladas e, é claro, reuniões para tratar do futuro.

Do Copacabana Palace a Chur­­rascaria Porcão, o badalado craque optou pelo Flamengo, deixando o Palmeiras na mão e fazendo com que o Grêmio pagasse o maior mico preto dos últimos tempos desmontando a festa organizada no Estádio Olímpico.

Ronaldo Fenômeno, Adria­­no e Ronaldinho Gaú­­cho mostram que mesmo com espaço reduzido no futebol europeu, longe de sua me­­lhor condição física e técnica, continuam seduzindo o futebol brasileiro. E, diante do baixo nível técnico da maioria dos times brasileiros, eles conseguem se destacar, tanto que o Corinthians e o Flamen­­go foram campeões graças aos investimentos feitos em jogadores fora de série.

Fica a expectativa em torno do retorno que o Flamengo terá, em termos de rendimento técnico, diante do elevado custo de Ronaldinho Gaúcho.

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