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Direito de imagem ou premiação por objetivo são termos que integram a legislação trabalhista nas relações entre atletas e clubes.

Após mais de um século de atividade, com a lenta e traumática transição do amadorismo para o profissionalismo, o futebol brasileiro tornou-se mais organizado, assegurando os direitos dos trabalhadores.

No passado romântico, entretanto, as coisas eram bem simples e muito mais engraçadas. O bicho, por exemplo, que originou todo o tipo de gratificação que se seguiu, surgiu na década de 1920, no Vasco da Gama.

Mantido por industriais e comerciantes portugueses de sucesso, na famosa rua do Acre, no Rio de Janeiro, o time de São Januário acompanhou o crescimento dos tradicionais clubes da zona sul carioca, Fluminense, Flamengo e Botafogo.

Um cerealista apaixonado pretendia incentivar os jogadores prometendo prêmio em dinheiro logo após os jogos. Ele entrava no vestiário e pagava o chamado “bicho molhado”, pois os jogadores recebiam debaixo do chuveiro.

Como o amadorismo da época proibia qualquer tipo de remuneração, o grupo de dirigentes portugueses criou uma gíria relacionando o valor das notas ao jogo do bicho que já existia. Assim, cachorro equivalia a 5 mil réis, coelho a 10 mil, peru a 20 mil e assim por diante.

Na euforia depois de a equipe ser campeã o cerealista entrou no vestiário e avisou que o dia era de galo. Ou seja, cada jogador receberia 50 mil réis pela conquista do título.

Quando diversas pessoas juntam dinheiro para pagar uma despesa, é comum dizer que “fizeram uma vaquinha”.

Nos tempos em que íamos ao açougue pedir alguns pedaços de sebo para amolecer um pouco o couro da bola antes das peladas ou jogos oficiais dos campeonatos juvenis, de vez em quando se fazia uma vaquinha para comprar um jogo de camisas, chuteiras ou bolas novas.

A vaca aparece em provérbios e ditos populares de diversos idiomas.

Como diziam nossos antepassados “voltar à vaca fria” no sentido de retomar um assunto interrompido.

Numa peça francesa de teatro, A farsa do advogado Pathelin, o juiz convida o advogado de uma das partes, perdido em longas digressões, a retornar ao tema em causa. No caso, a revenir à ces moutons – voltar a esses carneiros.

Em Portugal, o animal ora era uma cabra, um carneiro, ou uma vaca. A expressão tem tudo a ver com o costume lusitano de servir, no início da refeição, carne fria de vaca, à qual não se tornava depois de postos na mesa os pratos quentes.

Era uma entrada quase obrigatória nas festas e dias de maior cerimônia. Por isso, quem não faltava a festa alguma era chamado de “carne de vaca”.

Bom fim de semana a todos.

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