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O futebol, infelizmente, não nos oferece mais belos espetáculos como antigamente. Dizem os técnicos, com aquela proverbial capacidade de criar frases originais e inteligentes, "que o futebol mudou, agora o futebol é assim". Isso que eles entendem por "assim" é um futebol feio e mal jogado. Mas, vira e mexe, o futebol pode contrariar a frase que virou lugar-comum dos técnicos.

E então nos oferece um espetáculo, senão belo, pelo menos agradável e até empolgante.

O Botafogo tem nos mostrado um estilo de jogo agradável, ofensivo e com boa mecânica. O técnico Cuca conseguiu reunir um grupo de jogadores que atua com disposição, disciplina tática e criatividade. Com volantes capazes de tocar na bola com elegância, alas que apóiam com competência, meias que armam e atacantes que marcam gols. Pode não ser campeão, como já não foi no Carioca ou na Copa do Brasil, por conta de garfadas homéricas das arbitragens, mas joga bem.

O Boca Juniors deixou muito boa impressão na campanha do título da Taça Libertadores da América e, na recém iniciada Copa América, Paraguai e Argentina apresentaram o que se presume como futebol moderno: equilíbrio entre defesa e ataque; busca permanente do gol, porque subentende-se que as pessoas competem para ganhar em vez de para não perder; jogadas ensaiadas e tramadas em alta velocidade; troca de passes certos; boa técnica; marcação forte, porque o conceito de marcação já está implícito no futebol.

E, o principal: prática do futebol com rigidez, mas sem violência. Todos os jogadores das equipes citadas acima sabem ou se esforçam para saber jogar. Marcam porque em futebol têm que marcar e, quando tomam a bola, tratam de jogar.Contemplando esses times e essas seleções, fiquei intrigado com o futebol ultrapassado, que tentam nos vender como moderno, que a seleção brasileira vem apresentando desde que se esfacelou a formação do penta.

Desde que Rivaldo foi aposentado da seleção, que Cafu e Roberto Carlos se esgotaram, que Ronaldinho passou a ser estrela em vez de jogador e que Ronaldo perdeu a forma e os seus gols rarearam, desapareceu o encantamento da seleção.

Essa equipe que Dunga levou para a Copa América continua distante do razoável para representar a tradição e a glória da seleção pentacampeã mundial. Parreira já havia se encarregado de desmontar o time com suas teimosias e Dunga tem sido infeliz nas convocações.

Ele está com os olhos voltados exclusivamente para o futuro, mas não deveria ter desprezado tanto o passado. No ataque, por exemplo, a equipe apresenta muitas carências e isso ficou evidente nos últimos jogos com Inglaterra, Turquia e México.

Torço para que a seleção surpreenda e vença o Chile, mas terá de haver grande esforço coletivo e profunda transformação no comportamento dos jogadores.

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