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No tempo em que os carros circulavam pela Rua das Flores, depois Rua XV e novamente rebatizada Rua das Flores, driblando os bondes e fazendo a alegria dos passantes, o futebol era amador e as discussões em torno dos jogos ou dos erros da arbitragem esgotavam-se nos bares e cafés da principal artéria de Curitiba.

No alto da cabeça, uma vistosa cartola. Na mão direita, uma bengala, com cabo trabalhado. O distinto cavalheiro estava trajado com aprumo suficiente para valsar num baile do Clube Curitibano, mas ia apenas atuar como árbitro de um jogo nos primeiros anos em que a bola rolou por aqui.

No começo do século, apitava-se futebol de calça comprida evoluindo para os calções longos e, mais adiante, os calções curtos. Mas, fora de campo, árbitros, bandeirinhas e jogadores se vestiam como se fossem fazer o "footing" na Avenida Luís Xavier, apelidada de Cinelândia: camisa engomada e gravata para se enfiar na escuridão das sessões dos cines Ópera, Avenida, Palácio, Broadway, Curitiba, Arlequim, Lido, Ritz ou Luz.

Pois hoje em dia todos se vestem como bem entendem, só que árbitros e bandeirinhas não podem entrar em qualquer lugar porque são vigiados de todas as formas. E as torcidas andam bem mais agressivas.

Foram colocadas câmeras espalhadas pelos estádios que os fiscalizam por todos os ângulos. Não bastasse isso, os tribunais esportivos da CBF resolveram punir os infratores, sejam eles jogadores ou membros do quarteto de arbitragem.

As penas impostas a alguns jogadores chegam a ser exageradas, porém o afastamento de apitadores trapalhões é recebida com simpatia por todos.

Entre o passado e o presente, impera a eletrônica e o profissionalismo. Sinal de evolução, mesmo com imperfeições.

Casa cheia

O time do Coritiba será submetido a grande teste hoje: enfrentar o Flamengo no Maracanã lotado.

Basta o Rubro-Negro carioca ganhar um clássico para a maior torcida do país invadir o velho templo do futebol brasileiro. É uma festa só com a casa cheia.

Se souber jogar e, sobretudo, controlar a ansiedade, o Coxa poderá tirar proveito da situação como aconteceu, há poucos dias, com o Atlético Mineiro na mesma praça, no mesmo lugar e contra o mesmo adversário.

A torcida coxa-branca só espera que o time entre ligado em campo, desde o primeiro minuto, algo que não aconteceu nos recentes jogos em que ficou no empate com a Portuguesa e o Goiás. Nas duas oportunidades o Coxa começou devagar, inseguro, cedendo espaços importantes aos contendores que, obviamente, aproveitaram e pressionaram.

A Lusa exigiu o máximo do goleiro Vanderlei, repetindo-se o mesmo com os goianos, em pleno Alto da Glória.

Foram dois empates com sabor de derrota, que serviram para afastar o Coritiba da realização do sonho de conquistar uma vaga na Libertadores.

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