• Carregando...

Ao ser eleito papa, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio disse que foram buscar um papa "no fim do mundo". Tirante a conhecida profecia de São Malaquias, segundo a qual o atual é o último dos papas – o "Pedro Romano" – no mais a referência do simpático papa Francisco que, em pouco tempo conquistou a confiança e o respeito de bilhões de pessoas, deveu-se ao fato de o nosso continente ficar distante dos centros mais desenvolvidos do planeta. Ele não se chama Pedro, não é de Roma e não será o papa do fim dos tempos. O tempo não tem fim, o homem, sim.

A América do Sul tem nove títulos mundiais de seleções no futebol, mais uma infinidade de conquistas com equipes. Esta região do Atlântico teve o privilégio de embalar gênios como Di Stéfano, Didi, Pelé, Garrincha, Maradona, Messi e centenas de astros de primeira grandeza. Mas, em mentalidade, respeito, organização e educação, o futebol continental continua na idade da pedra.

O futebol apenas reflete a imagem dos governos incompetentes e corruptos da região que mantém o povo na pobreza e na ignorância.

O maior exemplo do primarismo é o calendário anual que se perfila na pré-história com os superados campeonatos estaduais para atender aos interesses políticos da CBF e das federações, com a conivência dos maiores clubes e de setores da mídia eletrônica. Outra competição problemática é a Taça Libertadores da América, a maior da região, a segunda mais importante do mundo, e que não passa de caricatura da congênere europeia: a prestigiada e riquíssima Uefa Champions League.

Na Europa os dirigentes capricham na organização, no padrão dos gramados e das arbitragens, no respeito ao público e na garantia da segurança dos estádios, tratando o torneio com pompa, gala e inteligência. O resultado desse trabalho bem elaborado são os altos patrocínios, as elevadas cotas de televisão, os estádios sempre lotados faturando milhões, expandindo as marcas dos clubes combinando emoção e negócios.

Até os clubes de menor envergadura se beneficiam do processo com a divulgação de seus modestos currículos, aumentando a rentabilidade no mercado. Um clube europeu de médio porte, como Tottenham, Roma ou Valência, por exemplo, é mais divulgado e fatura muito mais anualmente do que tradições como Flamengo, Boca Juniors, Corinthians, River Plate ou São Paulo.

O círculo vicioso é a marca da Libertadores, com partidas disputadas em gramados ruins, arbitragens sofríveis, agressões e pancadarias nas arquibancadas, clima de guerra em praticamente o torneio inteiro e, sobretudo, estádios sem lotação máxima e faturamento geral baixo.

A Conmebol é uma entidade defasada e que não demonstra autoridade para medidas drásticas e a promoção das transformações necessárias. Não passa de uma extensão da carcomida CBF.

Dê sua opinião

O que você achou da coluna de hoje? Deixe seu comentário e participe do debate.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]