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Chega um momento na vida em que é necessário fechar um parêntese e abrir um grande colchete.

Pena que não se encontre mais colchetes como antigamente. A prosa acabou. A poesia também. E o sinal gráfico sobrevive apenas nas equações matemáticas.

Assim como os pontas no futebol, o colchete entrou no time das relíquias como as cartolas, as polainas, as galochas, as piteiras, os pincinês e outros objetos para os quais não se encontra mais utilidade. Está caindo no limbo gramatical. Nem nas salas de aula o colchete está marcando presença.

Abaixo o parêntese! Abaixo o colchete! Vamos direto ao assunto: Por que os técnicos acabaram com os pontas no futebol?

Quanta saudade dos grandes ponteiros, daqueles que corriam até a linha de fundo do campo e cruzavam a bola na cabeça dos centroavantes. E o que dizer dos pontas dribladores, como Garrincha, Canhoteiro, Edu e tantos outros que levantavam o público nos estádios? Ou aqueles que tinham um canhão nos pés, como Julinho Botelho, Pepe, Éder?

E os nossos pontas? Quem não sente saudades de Viana, Cireno, Cordeiro, Acir, Agostinho, Gaivota, Dorval, Gildo, Nilson, Buião, Nilton Batata ou Capitão no Atlético? Ou de Babi, Renatinho, Miltinho, Ronald, Gauchinho, Passarinho, Rinaldo, Aladim, Flecha, Wilton ou Lela no Coritiba? Ou de Altevir, Rosinha, China e Humberto no Ferroviário?

O ponta perdeu espaço para os laterais, que avançaram cada vez mais, viraram alas e forçaram o deslocamento dos antigos ponteiros para o miolo. Com isso, diminuíram os dribles – alguns desmoralizantes – que enriqueciam o espetáculo. Os jogadores velozes passaram a jogar como meias na ligação com o ataque.

O futebol tornou-se burocrático e quase sem graça. Como a escrita sem o colchete, que não foi inventado à toa.

Dupla em campo

Os torcedores de Atlético e Coritiba podem fazer o que bem entenderem durante o domingo inteiro, pois os seus jogos estão marcados para as 19h10. Horário para lá de esquisito, mas que não surpreende o torcedor que tem fôlego para assistir a jogos às 10 da noite nas quartas-feiras.

E serão jogos cercados de grande expectativa, com o preguiçoso e o nervoso atuando em circunstâncias diversas.

O preguiçoso, claro, é o time do Coritiba, que resolveu antecipar as férias e vai empurrando com a barriga as rodadas finais do campeonato. Júnior pediu o boné, mas continua dirigindo o time. Só que, se o Coxa não jogar com vontade, corre o risco de levar uma goleada do Grêmio, que segue na rota do título.

O nervoso é o time do Atlético, se bem que já diminuiu consideravelmente a ansiedade e, sobretudo, o temor do rebaixamento, diante da reação técnica e dos últimos resultados. Mas a vitória sobre o Vitória será fundamental para assegurar a tranqüilidade atleticana.

carneironeto@gazetadopovo.com.br

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